segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Se é uma coisa que me enfurece - mentira, sou incapaz de fazer mal a uma sucuri - é tu estar na praia, enchendo a carinha, vendo aquele monte de bundas lindas - me sinto assistindo o National Geographic, saboreando lugares que nunca irei - e aí alguém sempre começa a ladainha: "Tá na hora do almoço! Tá na mesa! Vamos comer senão vai esfriar! Vamos lá, pessoal!". Não quero comer, meu problema é a sede e não a fome, que raios! Em férias não existe relógio, portanto, horários inexistem, tu não precisa trabalhar, levar filho na escola, buscar a guria no ballet e fazer a patroa feliz, nem que seja uma vez por semana, senão ela terceiriza o serviço. Ah, terceiriza sem dó nem piedade! 
Mas aí, quando tu pensa que está relaxando, vem a bruxa do almoço pontual e te atira um balde de compromisso com a mesa, os pratos, servir as crianças, a tia Legorne que não come carne de porco e o guri menor da Valânia, que não gosta de cebola nem galeto. Deixa uns dias sem comer, vê se não engole até o lustre da sala!
Esse é o ônus de quem, numa noite fria de julho, contraiu matrimônio, ao levar aquela pérfida transmissora de matrimônio, de olhos verdes, cabelos louros e como era quentinha, estava muito frio naquela noite! Ó vós que entrais, perdeis todas as esperanças!
Estão me chamando pro almoço, parece que adivinharam sobre o que ora escrevo, eu escravo escrevo, pois é. Vamos lá que nesse momento não tenho condições de me rebelar contra tudo isso que está aí, a truculência espúria desse capitalismo imperialista do McDonald's e do Churrasquinho do Bigode!
Bom almoço, amigos e amigas, mastiguem devagar e não esqueça: não venham de garfo que hoje é sopa! Tiau!

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