quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Se é uma coisa que me deixa pederasta da fisionomia - puto da cara é politicamente incorreto - é alguém me falar a célebre frase: "Viu? Eu te avisei, eu te disse que ia dar merda!". E sempre que ouço é com razão, o que me deixa mais enfurecido. Então, o que não gosto pra mim, não quero para os outros. Se pressinto que algo vai dar errado, mas ninguém corre risco de vida, calo-me e deixo as coisas acontecerem sem dar palpites. 
Quando começou essa pirotecnia de Tribunal, ministros bonzinhos e ministros de caráter meia-boca, com suas capas negras esvoaçantes, numa coreografia impressionante, nunca dantes vista em nosso reino de ingenuidade, pureza e burrice, pensei: "Isso não vai chegar onde todos pensam e querem que chegue!". Olha, eu deveria abrir uma tenda e botar uma placa: Madame Motta, vê o passado e o futuro, joga búzios e xadrez! O julgamento de uns caras suspeitos de meterem a mão no nosso bolso, dizendo que tinham nossa procuração pra isso, virou um espetáculo de egos inflados, armados de filigranas jurídicas e de um jargão ininteligível para nós, leigos mortais. E todo esse vocabulário ornamental e essa pompa e circunstância, sabem onde desembocará, homens de pouca fé? No límpido e tranquilo lago do esquecimento, amigos e amigas. 
Esse espetáculo com juízes, ministros, trapezistas e muitos, muitos holofotes, não sai barato pra nós, contribuintes. É um espetáculo previsto para, quando terminar, os passes do milionário elenco que ora nos encanta, estará triplicado. Ou você acha que isso tudo acontece porque o país tomou um choque de vergonha na cara e agora chega, somos um país sério? Parem de rir aí no fundo! Se um reles traficante não fica na cadeia mais do que uma semana, você acredita que um deputado ou senador será, realmente, preso? 
Mas tem o lado bom do negócio nesse reino do faz-de-conta: de tédio não morreremos! Vou tomar um gole de chá de arruela e volto para um boa-noite.

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