quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Estou à beira de uma overdose de infringências embargólicas, roque no rio, canto alegretense, ninguém me representa, médicos e espertinhos ensinando como morrer com saúde e taxas de desemprego que caem 0,2% (provavelmente anões que foram absorvidos pelo mercado), enquanto somos soterrados por toneladas de informações, absolutamente inúteis e dispensáveis, como se fôssemos um amontoado de imbecis.
Lembro de um cara gordão, que vendia tralhas paraguaias na ZH, um mascate. Um dia ele me ofereceu um relógio bonito, cromado, digital, e falou: "Tu pode mergulhar até 200m com ele!". Mas eu nem banho tomo de relógio, quem dirá mergulhar tudo isso, rapaiz! Só quero que ele me diga as horas quando perguntado, só isso, o resto é perfumaria!
Assim funcionam as informações: chega num ponto que tua cabeça está cheia de entulho que rádio, jornal, tevê, outdoor e o dono do bar, te enfiam goela abaixo e tu não percebe, percebeu? É como quando alguém desliga um alarme que soava, ao longe, e te dá um alivio, mas que só te deu conta quando parou. Vejo gente perder um tempão operando um aparelho de celular, regulando a sintonia fina e o agudo/grave do tom da chamada e o foco da câmera. Às vezes duas ou três pessoas formam uma junta científica demonstrando seus conhecimentos das engenhocas tablets, iPods e Wi-Fi - que achei que fosse vodka com suco de laranja e gelo - e me encolho na minha rudeza tecnológica, que alcança um rádio de pilhas e olhe lá!
Desculpem, foi apenas um desabafinho! Podia ser um desabafão, mas não.
E vou dormir antes que Hildegard, a plantonista, surja das trevas com seus coturnos brancos e me dê uma dose maciça de Teacalmopril 20mg.
Durmam bem senhores e senhoras ouvintes, daqui a pouco estarei no ar, me aguardem! Acho que amanhã é o Dia da Tia. Tia Carmen receberá meu abraço, extensivo às primas!

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