segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

RAPOSA
Numa noite estávamos Antono Carlos Niederauer e eu enchendo a caveira, em paz com o Senhor, no Porta Larga, e eis que surge das entranhas da Terra um dos tantos fãs do Nidi pra estremecer a harmonia da nossa bebedeira.
Sabe aquele borracho que fica em pé, ao teu lado, na mesa? Esse era pior! Além de não sair fora e nem sentar, se desculpava o tempo inteiro e não sabíamos o porquê de tantas desculpas. E nem queríamos saber.
Resolvemos nos livrar dele inventando uma história - o Nidi e eu tínhamos uma sintonia incrível, um puxava um assunto e o outro emendava e assim íamos até o infinito. Repentistas do besteirol - então dissemos pro cara que eu era o Bispo Motta e ele, Niederauer, um presbítero da Igreja Eterna Salvação, vejam só.
Fizemos o mamau se confessar e se converter e passamos o endereço da Igreja, que inventamos, escrito num guardanapo e, finalmente o mala sumiu. Meia hora depois de pararmos de rir, Pastor Motta e presbítero - bítero: aquele que se encharca de bitter - Niederauer esqueceram a pobre vítima e seguiram seus caminhos de bandalheiras e iniquidades,
Se não podes te ver livre de um bêbado chato, faça dele um instrumento da tua alegria: sacaneie-o para o deleite geral, é assim que meus ancestrais ensinaram.
Melhor ainda se for um gambá político, daqueles que vociferam e gritam defendendo seus ideais, o que não foi esse caso. 
Pois não é que três dias depois o mesmo chato nos encontrou no mesmo bar e na mesma mesa e veio furioso pois não encontrou o endereço que passamos pra ele no Beco do Carvalho. Do Carvalho!
E agora? Bom, é o seguinte, não sabíamos que a sede da Igreja mudou para Viamão, pegamos o endereço dele e nos comprometemos em enviar correspondência com o local correto do templo que nunca existiu. Naquela época não havia email nem coisas assim.
Depois que o cara saiu, olhei pro Nidi e disse: Somos responsáveis por tudo aquilo que cativamos, segundo a Raposa do Pequeno Príncipe!
O bêbado eu nunca mais vi, neste meu gauderiar andejo, talvez ande por aí, procurando o templo da Igreja Eterna Salvação, procurando o Pastor Motta e o presbítero Niederauer, quem saberá?
Bueno, chega de lembranças e lambanças etílicas e vamos comer alguma coisa que ninguém é de ferro, certo?
Volto mais tarde, com alguma mensagem natalina pra vocês.

SOY INSANO
Estar doido em espanhol é mais glamoroso, mais chique do que dizer 'estou maluco, aaaah!', aí fica meio bagaceiro. Agora vejo na Globo uma senhora loura parecida com a Xuxa com um Papai Noel que canta pagode e é afrodescendente. Minha sanidade derrapa e cai no abismo abissal da demência induzida!
Tudo me leva a mergulhar na paisagem psicodélica da alucinação, do delírio das meninas carnívoras em uniformes do maternal, com suas facas reluzentes, correndo atrás de coelhos alvos alvissareiros saídos de cartolas para abatê-los e servir no jantar recheados com más intenções! 
A neve branqueou tudo e nem consigo caminhar, levantar os pés, é sempre assim quando mergulho na demência; alguém atrás de ti e os pés não saem do lugar, pesados! O problema é que não consigo acordar, puerra! Tudo branco, neva neve nave nunca pára, numa nuvem branca parece que o Hermeto Pascoal e o Sivuca estão na brancura da nevasca e não consigo vê-los, talvez novelos de novelas tortas hortas mortas, quem se importa, na porta batem longe ouço aqui campainha rainha, puxa!
Caraca, o que foi que comi no almoço que fiz essa viagem lisérgica! Pareço o Chapeleiro Louco, rapaiz! Se não é tocar o porteiro eletrônico com alguém pedindo panetone e qualquer Moët & Chandon Impérial que esteja sobrando na prateleira, continuaria num caleidoscópio enfurecido. Mas estava demais da conta, tava mesmo!
Depois eu volto, vou limpar aqui que as meninas sujaram toda a sala correndo atrás dos malditos coelhos, essa criançada!

FORMATURAS
Acordo naquele limbo cinematográfico, apatetado com a a beleza da moça ao meu lado, que se espreguiça entre os lençóis de cetim almiscarado qual lânguida felina. De onde saiu essa dama lasciva que ronrona enquanto seu braço adormecido enrosca meu pescoço? 
Ora, ora, minha imaginação é insuperável. Me leva à viagens lúbricas em lugares perversos e sacanas, sem precisar gastar nenhum centavo e de cara, sóbrio! Acho que os remédios que tenho tomado criaram uma nova pasta no meu cérebro! Baixaram um aplicativo que me conduz ao limiar da sanidade e me traz de volta são e salvo, coisa boa.
Guardo a formosa moça sob o travesseiro e espanto os anões albinos que insistem em pular na minha barriga jogando escravos de Jó, jogavam cachimbó, chatos esses duendes, meu Deus!
Quero um café. Não consegui acender o fogão no botãozinho elétrico e achei uma coisa que pensava não existir mais: uma caixa de fósforos!
Me irrito pois os dois primeiros pauzinhos que risquei estavam usados. O que leva um ente a guardar um pauzinho de fósforo riscado de volta na caixa a não ser a clara intenção de te sacanear, hein? O ente conseguiu.
Calma, Paulo Motta, não deixa a humanidade te irritar tão cedo assim. Hoje é sábado e não tens que ir na formatura da filha da vizinha e nem no batizado da sobrinha da tua namorada que, por sinal, tu não tens. Nem namorada muito menos sobrinha dela, yeah!
Nessa época do ano pipocam formaturas, batizados, presépios vivos com parentes mirins dos outros - até porque sou filho único, filho de mãe filha única, a Norma Motta - e tudo nesse calorão bagual que derrete o que restou dos meus miolos. 
Já passei por formaturas em que o ar-condicionado não funcionava, aí vocês me imaginem enfiado num terno escuro, em pé - pra variar cheguei atrasado - não conseguindo entender nada do que o paraninfo discursava e suando feito um torneira, um mimo!
Acontece que te convidam pra essas efemérides em junho, julho, quando estás aboletado na frente de um carmenére ou pinot noir sem pensar no dia de amanhã. E se pensasse não adiantaria nada pois a tua cara metade jamais permitiria que ousasses pensar em não ir ao suplício. É ou não é?
Mas vamos adiante, o dia está calmo, o sol está solando, o vento ventando, os bêbados se embebedando e os azuizinhos multando, tudo está em seu lugar, como diria Benito Di Paula.

TELEPHONE
Alguém lembra desses aparelhos que os antigos usavam para se comunicar à longa distância? Funcionavam ao introduzir uma ficha metálica que lhes permitia falar por determinado tempo. Para continuar poderia se introduzir mais fichas enquanto fosse necessário. Os dinossauros viviam com os bolsos cheios de fichas, era uma merda!
Esses artefatos medievais eram interligados por fios e, finalmente, ligados a um gigantesco terminal chamado central telefônica.
Quando houve a Grande Ressaca dos Autômatos, os últimos humanos venderam tudo pros alienígenas malvados e sumiram numa nave-avó - a nave-mãe já tinha cravado o pé no espaço - e foram em busca da Felicidade Suprema no planeta Oyo Doku's, próximo à galáxia Takeuspa!

PURA BRUXA
Não que eu fosse um degenerado precoce, mas desde a infância as bruxas habitavam o sótão sombrio da minha imaginação. E nunca como criaturas aterradoras ou malignas, nada disso. Estavam lá guardadas, depois da matiné, rodopiando entre móveis envernizados ou ao piano solando Bach, vaporosas em seus vestidos etéreos, com aquele encanto sinistro que só as malvadas possuem.
O risinho tímido das donzelas virginais era sufocado pela gargalhada fascinante das bruxas esculturais e sublimes. Incomparáveis às Brancas de Neve ou Belas Adormecidas, tão frágeis e certinhas que chegava a dar pena. E dava, tanto que a gente torcia para que as temíveis bruxas se dessem mal pra mocinha casar com o príncipe encantado e terminarem em lua-de-mel no castelo do alto da colina por pura piedade, nunca por justiça, acreditem!
Mas até o príncipe, no fundo, no fundo, queria a elegante e voluntariosa bruxa má! A maldade fascina e as tolas princesinhas reclamavam muito do cheiro do cavalo, tinham a mania de conversar com os passarinhos enquanto poderiam estar preparando um banho afrodisíaco, com um vinho tinto cortado, vestindo meias sete-oitavos e um espartilho negro debruado com vermelho-sangue!
Agora é tarde! A bruxa linda, deliciosa maravilhosa caiu no penhasco e sobrou a princesinha enjoadinha que quer chamar um táxi pois odeia o cheiro do cavalo, o cavalo, a mãe do cavalo e rasgou a meia ao montar no cavalo, que ódio, que ódio!
Mas, enfim, me restava imaginar que o príncipe esperava a princesa se entupir de Rivotril e galopava para se encontrar com a bruxa má, que não morreu graças ao seu pterodáctilo doméstico que a levou para casa em segurança e eles viveram um lindo triângulo amoroso. Viram que lindo? 
Não custa nada esculhambar a Carochinha de vez em quando e deixar a criatividade funcionar, não é? 
Buenas noches, muchachos e muchachas!

LOBO II, O RETORNO
Fomos dormir madrugada hoje, com o Lobinho contando suas aventuras de caserna. Sempre digo que na idade dele eu era um delinquente, um pivete que volta e meia ia pra cadeia por baderna, borracheira, essas coisas leves, mas ele não seguiu os passos do pai, que lástima!
Esse garoto está se transformando num debochado irônico, não sei a quem puxou. Ouvimos o cara na tevê contar que vários vegetais caíram na via pública com o temporal, bloqueando o caminho. Imaginamos, imediatamente, brócolis, couves-flor, rúculas e alfaces esparramados pela rua atrapalhando a vida dos humanos, muito engraçado.
São as novidades com as quais a imprensa nos brinda com certa frequência. Está ficando mais difícil entender o que o locutor janota quer dizer com vulnerabilidade social, mobilidade urbana, menor apreendido - não pode dizer que o pivete foi preso - e a redesignação sexual, bancada pelo SUS, para tratamento da desordem do transtorno de identidade aos transexuais e transgêneros. 
No infringir dos embargos: mudança de sexo para travestis. Espero que não me tachem de doidofóbico e cerquem minha casa com tochas e cães para me jogarem numa linda fogueira em praça pública, tomara que não.
É muita palavra nova e muita coisa que mudou de nome pra minha cabeça medieval, que não consegue acompanhar essa geração do recorta-copia-cola-deleta.
Meu falecido Tio Demêncio Ventana certa feita se viu cercado por uns bandidos, lá pelas bandas o Para-Boi, em São Borja, que lhe intimaram:
"É tu que anda dizendo por aí que quando nóis estemos solitos semo tudo cagão, hein, hein?"
E Tio Demêncio, na bucha:
"Nããão, o que eu disse foi que os elementos do seu grupo quando isolados carecem de seus atributos de audácia!".
"Ah, bom, então tá..."
Mas penso que mudando os nomes, as designações das coisas, complica e não resolve. É mudar o nome do doente esperando que ele melhore. Ou dourando a pílula pra nos empurrar goela abaixo.
O Lobo comprou tecido pra fazer uma fantasia de Beetlejuice, do Os fantasmas Se Divertem e tá me azucrinando aqui.
Volto mais tarde, bom almoço pra vocês, gente amiga, amiga da gente.

CANÍCULA
Como diria Ruy Carlos Ostermann - ou pelo menos dizem que ele disse - nesse calor senegalesco achei importante achar outras denominações pra essa coisa que nos derrete vivos, como se fôssemos barras de chocolate ao sol!
Canícula foi o sinônimo mais próximo de forno que encontrei. Canícula. Nada a ver com cães ou afins, somente canícula que já lembra desertos e outros ambientes tórridos, tirando motéis. Vivemos dias de canícula, vou experimentar quebrar um ovo e deixá-lo dentro de uma frigideira no sol, à tarde, só pra ver o que acontece.
Essa palavra deve ser parenta da cinofilia - amor aos cães - e do cínico, que é alguma coisa do tipo amigo cachorro. Eu sabia que cínico não era boa coisa. Todo o prédio tem um cínico do qual ninguém gosta. Não, não, esse é o síndico, desculpem.
Mas, mudando de assunto, sempre digo que sou um ser anacrônico, meio medieval que pára pra observar um avião decolar suas quase duzentas toneladas cheio de gente dentro.
Se parar pra pensar como essa geringonça voa contigo dentro, tu pega um ônibus. Melhor não saber e entrar sem perguntas.
Se eu sou um cara remanescente da Pedra Polida, meu filho, o Lobo, é um bichinho pura tecnologia, como toda essa gurizada. Desde que ele chegou, encontro aparelhos estranhos apitando pela casa. 
Ontem uma caixinha esperneava e buzinava sobre o sofá; me enchi de coragem e levei até ele. Era um aplicativo que ele estava baixando via iPed ou coisa parecida.
Achei que baixar aplicativo fosse algo como chamar uma entidade para nosso meio, num ritual cibernético-espiritual mas não: é só um aplicativo que ele me ensinou o que vem a ser, mas a minha má vontade com as miçangas e espelhinhos do momento não permitiu entender.
E as câmeras digitais, então? Em nada lembram as Kodak Xereta que surgiram logo depois de Pedro I romper com Portugal. Tenho uma câmera no meu celular mas tenho certo receio de acioná-la e ela me chamar de burraldo, não é assim! Parece que não sabe ler, Paulo Motta! Sim, esses artefatos além de inteligentes te xingam se tu errar ao apertar os botõezinhos.
Esses dias recebi uma antipática mensagem do Todo-Poderoso Cérebro Eletrônico do Universo: "Você não está autorizado ao acesso desta página!", certo, tá bom, foi sem querer, desculpa! Acho que quis dizer "Não entra aí que é proibido, seu bosta!".
Já estou me acostumando a levar ralhadas dos deuses virtuais, fazer o que, né? Agora tentei postar aquelas carinhas @me sentindo putodavida e apareceu: "O que você está fazendo?", não mexe aí seu estúpido, pronto, pronto, parei de mexer! Inclusão virtual é isso aí.
Mas que esses gnomos-zeladores são mal-educados ah, isso são!
Bom almoço a todos e todas meninos e meninas, depois da sesta voltarei entupido de novidades.

COISAS QUE ME IRRITAM (II)
Além do cinzeiro derrubado ao estender a mão pra pegar o copo de uísque e do cara que passa ao teu lado no caixa eletrônico dizendo: "Deixa um pouco pra mim!", uma das coisas que mais me irrita é a turma da patrulha saudável.
"Já vai fumar? Mas tu acabou de apagar um cigarro?", sim, mas a Souza Cruz me paga por hora a cada cigarro carburado e vão pagar meu enterro, desde que coloquem o logotipo deles sobre o esquife.
"Vai comer mais? Escondam as panelas que o Motta vai dar prejuízo!", claro, quando estou numa boca livre, tudo o que quero é alguém gritando isso na minha orelha! 
"Mas quantas cervejas tu já tomou? Credo, como é que pode?", aí a cerveja desce foderosa pra dentro das entranhas e faz o fígado atirar um pouquinho de bílis sobre o chato. 
E são sempre os mesmos. Numa festa cuida o cara que sair com aquela piadinha dinossáurica "Quem senta na ponta paga a conta!", esse será o teu algoz, mas haverá outros, eles são uma legião, estão por todos os lados te cercando e farão o possível para se tornarem inconvenientes e inoportunos, tirando o teu prazer de encher a carinha, testando a tua fé no Senhor com tormentos inimagináveis.
Tenho uma espécie de imã que atrai gente assim, me garimpam nos locais mais remotos possíveis e contam histórias intermináveis de um carro batido, do concunhado que é diretor do Detran e morreu num surto de calopsite aguda em Babaus. Babaus é distrito da República de Patavina, a noroeste de Bulhufas.
Pra arrematar, os casados ouvirão essa da ilustre cônjuge: "Tu não acha que já bebeu demais?". É o golpe derradeiro! Os canecos transbordaram, é melhor sumir.
Bueno, ótimo almoço pra todos e nos vemos daqui a pouco, depois do programa Cozinhando Com Dona Mimi Moro!
Abracinhos e beijo carinhoso no ventrículo esquerdo de vocês!

KANEKALON
Vamos brincar de faz-de-conta, vamos? Então tá! Faz-de-conta que o governo socialista-trotskista privativista brasileiro resolveu dar uma de macho, peitar os americanos ianques-imperialistas-capitalistas-espúrios e dar guarida ao Edward Snowden, grande fofoqueiro que deixou os gringos com os olhos azuis arregalados e os cabelos loiros em pé ao divulgar intimidades de um monte de gente boa, inclusive o papo que rolou entre a Michelle Obama e o marido, depois daquela arrastada de asa dele para a fortona viking primeira-ministra da Dinamarca, no velório do Mandela.
Nem vamos falar nas conversas entre o Sarney, Collor, FHC, Dilma e Lula nas horas que ficaram fechados dentro da nave estelar que os levou ao mesmo velório, onde confraternizariam todos em alegre convescote.
Pois então: o Snowden chegará no aeroporto recepcionado por grupelhos que atirarão tomates e gritarão palavras de desordem, tudo acompanhado de longe pelo Renan Calheiros. Pelo menos ele terá alguma serventia, com informações que poderão ser usadas para alguma crocodilagem futura.
Não será como o Cesare Battisti que só o que faz é passear e esquiar às custas do governo federal, ou seja, às nossas custas.
O Obama ficará furioso e enviará o Stallone, o Chuck Norris e o Schwarzenegger para resgatá-lo, mas eles serão vítimas de um arrastão e ficarão pra ver a Copa.
Nesse torvelinho de emoções, a Comissão da Verdade resolve investigar a morte do Castello Branco, pois essa história do caça que atingiu a cauda do Piper que ele viajava está muito mal contada! Uma testemunha jura que, na verdade, foi a nave soviética Sputnik, pilotada pelo Marighella, que colidiu escafedendo-se sem prestar socorro. A Comissão apurará, duela a quem duela!
Por enquanto estamos no terreno do faz-de-conta, mas quem duvida das insanidades acima é mais doido que eu!
E, pelas informações do Snowden, a Michelle usa kanekalon. E o penteado é pigmaleão!
Boa tarde pra vocês, vou tomar um pouco de banho e juízo! Não, não convém misturar!

JOÃO TELMO
O João Telmo foi um dos meus melhores amigos e meu mentor palhaçal. O bom humor dele era linear, nunca desaparecia, ele ria até de fratura exposta. Com ele aprendi os segredos da gargalhada, da gaitada, da pândega na hora certa que derruba o mais animalesco dos selvagens.
Me dizia, sempre, se alguém te afrontar, não grita, ri, só ri, é a pior coisa pra alguém enfurecido! Sua tese o levou a sair no braço com muita gente, algumas vezes, coisas de guri.
Já contei de uma feita que esperávamos pra entrar num baile no CTG Tropilha Crioula e um cara encostou uma picape na nossa frente, com o braço pra fora empunhando um reluzente Taurus 38 e falou pro Telmo: "Tu te lembra de mim?" e ele: "Mas como vou me esquecer da tua cara se te tomei essa bosta de revólver e ainda te babei de laço, jaguara!". Quem estava por perto começou a rir e eu escorri pelo primeiro buraco que encontrei.
Moramos juntos no Edifício Haiti, na Rua da Praia, 393, apartamento 77, um mimo de apartamento! Arrancamos as persianas pra servirem de biombo no nosso apê-ovo.
Numa noite erótica ele estava tendo um momento íntimo com uma donzela que fazia favores por dinheiro, e essa mesma formosa dama começou a gritar "Ai, negrinho, negrinho, vem negrinho!", aí o vizinho do apartamento de cima gritou: "Vamu lá, negrinho, goza duma vez que já são duas da manhã e eu tenho que trabalhar amanhã cedo, caraleo!". Coitado do negrinho, teve seu coito interrompido.
Era um jovem empreendedor. Quando se juntava ao irmão mais velho, o Ilo, podia-se esperar o inusitado.
Ele, o Ilo e o Horácio, um velhote engraçado, abriram uma fábrica de extintores ali pela Zona Norte, e um dia o Ilo ralhava o Horácio sei lá porquê e o Horácio: "Mas Ilo, errar é humano!" e o Ilo: "Mas tu é humano demais pro meu gosto, véio!".
Mas a tal fábrica de extintores ia de mal a pior e o Telmo, com sua ampla visão mercadológica, arrumou uma carteira fria de fiscal da prefeitura e se foi, com o Ilo pras vilas e morros. A coisa funcionava assim:
O Ilo - que era mais parrudo e barbudo, tinha mais cara de fiscal - chegava no armazém, bar ou qualquer coisa do gênero, se identificava como fiscal da prefeitura e intimava o dono a botar extintor de incêndio no estabelecimento senão a multa correria flôxa! Isso mesmo: flôxa!
Em seguida à saída do fiscal frio, encostava o Telmo com um carro cheio de extintores. O bodegueiro erguia as mãos agradecendo aos céus o envio de tão precioso cavalheiro cheio de extintores. Mesmo assim não conseguiram salvar a fábrica e, pra não perderem matéria prima, a fábrica de extintores virou fábrica de abajures, mas isso é outra história!
Que ele esteja gargalhando junto ao Patrão Celestial e aprontando das suas com as anjas virgens.
Bom almoço pra vocês, meliantes e meliantas.

BURRICE
Olha, estou com medo de me infectar com a onda de estupidez que vem junto com a maravilha tecnológica que é esse canal aqui, o Facebook e similares. Não me refiro à estupidez de maus modos ou truculência verbal, nada disso, amigos e amigas, me refiro à burrice mesmo, a falta de conhecimento sobre assuntos dos quais pessoas muito falam e pouco sabem, sabem?
Me divirto com as placas com mensagens absurdas - que até vá lá - mas agora rola por aqui um comentário de uma moça bonita indignada com tantas mensagens sobre Mandela e apostando que muitos nem conhecem uma única música do Mandela!
Não que eu seja uma sumidade, longe disso, mas conheço minhas limitações e calo na medida em que meu bom senso desperta.
Sei que estamos na era da geração copia-cola-envia-deleta mas diante de uma asneira desse porte, custa-me crer que essa burrice seja real, sério! Acho nos deparamos com um fenômeno gerado pelo acúmulo de cretinices jogadas dentro da cachola desse meninada, tipo um Godzilla Digital Bronco, que dominará o planeta se não for detido a tempo.
O ser humano criou a inteligência artificial e agora uma surda revolução beócia reage com a burrice artificial, isso é atemorizante, senhores e senhoras ouvintes, o fim dos tempos! 
Talvez haja esperança se ainda não jogaram os livros de papel no fogo, por se originarem das arvores que estão em extinção e cortá-las é politicamente incorreto; o que as ONGs vão pensar?
Se tudo for em vão, a última alternativa será mandar Schwarzenegger - O Exterminador do Futuro - ao passado para eliminar o Ted Leonsis, o Mark Zuckerberg, o Steve Jobs, o turco Orkut e outros que inventaram as redes sociais, quem viver viverá e verá.
Acho que estou exagerando um pouco, mas que a burrice hoje em dia está em ponto de contágio, isso está, é bom ficarmos em estado de alerta e longe de quem fala 'menas', 'rezistro' e 'indentidade'. Ah, e de quem procurar CDs do Mandela In Concert.
Até amanhã, caríssimos e caríssimas, durmam bem, tiau!

domingo, 22 de dezembro de 2013

PLEBISCITO
O pastor Farco Meliciano ao apagar das luzes enquanto deixa a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, deixou protocolado um projeto que propõe um plebiscito sobre a redução da maioridade penal.
Como esse cara é antipático e tudo o mais que já se disse sobre ele, todos serão contra, é óbvio. 
Preparemo-nos para grandes, raivosas e vazias discussões sobre como os ricos são maus e os pobres bons.

COWBOYS & SAMURAIS

Realizado em 1960, Sete Homens e Um Destino - ou Os Sete Magníficos - reúne Yul Brynner, Steve McQueen, Charles Bronson, Eli Wallach, James Coburn, Host Buchholz e Robert Vaugh num épico do bang-bang. 
Baseado no Os Sete Samurais, do Akira Kurosawa, 1954, com Toshiro Mifune, Toshiro Mifune e mais Toshiro Mifune porque são todos a mesma cara.
É a história de sete homens com procedências e interesses diversos que se unem
para livrar uma cidade pacata de bandidos asquerosos. Bem movimentado e a bala comendo solta, é um belo filme, vale a pena pra quem não viu. Vale pros dois.


SUCURI
Junto com a capacidade de ler, assimilar e entender o que se lê, ganhamos a capacidade da interpretação. E exercemos essa capacidade de acordo com nossas conveniências, o que não invalida o conteúdo mas macula a essência do que o autor quis dizer na obra. 
Nunca li Antonio Gramsci, Marx, Trotsky ou Santo Tomás de Aquino, pra minha cabeça seria uma ode à chatice cósmica galáctica. Já tentei, juro pra vocês. 
Tive uma semi-namorada quase sem uso, que fazia Artes Dramáticas na UFRGS, e intelectualizava no Libelu e eu, para entrar no clima comecei a ler As Confissões, de Jean-Jacques Rosseau. Uma leitura pesada - o livro terminou como peso pra porta não bater - que só me agradou enquanto a moça gravitou no meu JK da Duque de Caxias. Não engravidou, gravitou, certo?
Talvez se eu tivesse lido qualquer um desses caras que citei, minha vida tivesse tomado outro rumo, quem sabe? Pelo que vi, rapidamente, todos são muito sérios, muito sisudos e eu já chegara à conclusão de que vim ao mundo pra me divertir e não pra salvá-lo. Talvez pudesse subverter alguns argumentos desses escritores e usá-los em meu benefício, quem sabe?
Sei não, mesmo sem lê-los já inventava coisas em rodadas de cervejas do tipo: "Como diria Gramsci: o proletariado deverá ser conduzido acima dos interesses do Estado enquanto estado!".
Nunca alguém retrucou ou me chamou de farsante - e não foi por elegância - sinal que ninguém entendeu nada e nem iria procurar em obras de Gramsci se eu estava mentindo ou não. Acho que eu seria um bom político.
Considerando que o ser humano se mata alegando que o sacrifício da pilha de mortos na porta da sala é dele e para ele mesmo, achei melhor ficar longe da equipe que está aqui para nos salvar.
Nunca consegui dar sentido a isso, extrapola o meu escasso entendimento do habitat no qual estou inserido. Melhor ficar restrito a esse escasso entendimento: trabalho, pagar contas, bar, uma menina bonitinha, bar, trabalho, não pagar alguma conta, um Jack Daniel's sem culpa e dar risada, afinal de contas, alguém tem que, não é?
Em seguida retornarei, uma amiga de Rondônia me prometeu um novo bichinho de estimação: um filhotinho de sucuri, um amor. Vai trazer pessoalmente, aguardem!
Vou ver minha novela das oito, a Chisputa, até já!
*Desculpem, Chispita.
LULU
Vejo e ouço muita coisa sobre o Lulu. Desenferrujando o anacronismo, consegui engrenar meus conhecimentos do mundo virtual e entendi que Lulu não é uma pessoa, não é um cachorro e, muito menos, um personagem de mangá*. É um softer - acho que é assim que se diz - que a moçada usa pra aferir o desempenho dos rapazes pegadores na balada, se não é, é parecido. Onde digo moçada, leia-se meninas.
  Já existe um levante, uma revolta das vítimas que se dizem invadidos, espionados, sacaneados e ninguém precisa saber que o galã bombado do muay-thai tem pinto pequeno. E meio pau meio tijolo. Nesse caso, tijolinho.
Se bem recordo, nos meus tempos de antanho já havia o Lulu nos bares, nos banheiros femininos, durante os bailes e boates e ninguém perdia a autoestima quando descobria que estava sendo zoado, mesmo que fosse de viva voz e não percorresse o universo pelos tablets da vida.
  Sempre lembro da morte da galinha quando vejo a meninada que está aí, sofrendo e se mutilando moralmente quando coisas assim acontecem.
  Um dia passeava pelos corredores refrigerados do supermercado com meu filho, o Lobo, e ele me perguntou, do alto de seus quatro anos, quantos corações tinha uma galinha, apontando para um bandeja de coraçõezinhos.
  Ora vejam, ele pensava que as bandejas traduziam o que era uma galinha, senhores e senhoras ouvintes! Então construímos uma galinha segundo a concepção dele, que teria vinte corações, seis coxas e umas quatro sobrecoxas distribuídas pelo corpo bizarro do galináceo. Faltou lugar pras coxinhas da asa, acreditem.
  Quando passamos as férias no sítio da vó Norma Motta e vô Cyro Rangel, ele viu uma galinha ser morta e acompanhou todo o processo de assassinato da ave: do pátio até a mesa. Comeu, gostou e entendeu que nossa comida não brota nas prateleiras do supermercado e nem nas do armazém.
  Me parece, na minha ingenuidade interiorana, que há uma grande lacuna na cabeça dos nossos filhos, do tipo quem somos, de onde viemos e para onde vamos. Em que contexto estão inseridos e coisas básicas como causa e consequência. Brinquei, dia desses, que estamos diante da geração Miojo - parafraseando Mário Sérgio Cortella - tudo tem ser rápido, em três minutos, senão vem a frustração e a baixa autoestima. 
  A rapidez dos acontecimentos é tanta que periga chegarem aos quarenta anos imaginando galinhas atômicas mutantes, vindas de outras galáxias, rá!
  Estudar, balada, namorar, se formar, balada, trabalhar, balada, pegar outros seres humanos na balada, trabalhar, casar, filhos, amigos, trabalhar e, um dia, desembarcar desse trem que ninguém é eterno, tirando o Sarney.
Necessário entenderem que estar aqui, nesse exato momento, beijando alguém, rindo, tomando um honesto Jack Daniel's e fazendo amigos é a consequência, mas pra ela - a consequência - existir, precisa causa. 
  Tá, chega de encher o saco de vocês com filosofia de gaveta, vamos falar sério: e o Aecinho hein, hein? Cresce nas pesquisas que nem rabo de cavalo: pra baixo!
Não precisava ser tão bíblico: do pó vim, ao pó voltarei! Era pra ser apenas uma mensagem subliminar e virou esse pandemônio, que coisa, não é?
  Bem, vou até a cozinha em minhas duas patinhas traseiras e sem muletas, uia! Perdi minha parceira de xadrez, minha mãe, a Norma, voltou hoje para São Borja. 
Jogar xadrez com ela é uma aventura, ela trapaceia! Minha mãe trapaceia no xadrez, é mole? Que tipo de filho essa senhora pode ter concebido, meu Deus!
Até já!
*Mangá - Gibi japonês.
FULECO
Há pouco perguntei o que é o Fuleco. Não sabia, juro pra vocês! Me fui ao Google. Fiquei mais bestificado ao saber, no Dicionário Informal - olhem lá pra não dizerem que estou sob efeito da pílula lilás - que é o apelido do ânus, a cavidade anal, sacaram?
@me sentindo idiota, que nem dizem os bonequinhos nas mensagens. Fuleco! E é, também, nas raras horas vagas, o nome do Tatu-Bola mascote da Copa, inacreditável! Assim não há fuleco que aguente tanta sacanagem! Ah, mas esperem aí! Tudo a ver, claro! Sacanagem, fuleco, safadeza, bota no fuleco daquele ali, tira do fuleco lá e mete no fuleco aqui, como não percebi isso!
Não me dei ao trabalho de procurar quem foi o idealizador de tamanha heresia e, ao mesmo tempo, ironia descarada. Olhaí o Fuleco, gente! Se eu fosse o Tatu-Bola processava essa camarilha de gozadores, ah, processava! 
Mas a Copa já está em andamento e nada poderá deter as emoções que nos serão proporcionadas pelo magnífico evento. 
Vou até a cozinha assaltar a geladeira depois volto. Cuidem do fuleco de vocês, hein?
ENEM
No que você está pensando? Essa pergunta sempre salta na minha jugular e eu sempre respondo, mentalmente: bobagens, asneiras e nada que te interesse! Mas já acostumei com a indiscrição desses duendes e gnomos que habitam os silícios e algoritmos do meu computador e vou adiante.
O Mercadante, Ministro da Inducação e Cultura, o Minc - não, não, o Carlos Minc é Ministro do Meio-Ambiente - poderia criar o ENEMA, para aferir o nível e a qualidade da burrice dos nossos amados estudantes. 
Bom, vocês sabem o que é enema, não é? No infringir dos embargos, lavagem gastro-intestinal para eliminar impurezas das tripas. Desculpem a escatologia, mas a ideia pareceu razoável e me senti à vontade para lançá-la aqui. Ou expeli-la, como preferirem.
As perguntas seriam pegadinhas espirituosas do tipo: Quantos animais de cada espécie Moisés enfiou na Arca para aguardar o Dilúvio? 
As alternativas seriam cinco: a, b, c e d, considerando que os alunos saibam que isso é a ordem das letras do alfabeto e não o nickname de algum bródi do feice, senão seria Alpha Betus naum eh? Hausahuahuaushua!
Se a prova fosse - Deus nos acuda - descritiva, teríamos respostas mais ou menos assim:
- Moisés era arcanjo pois era dono da Arca.
- Moisés botou um animal apenas pois arcava com muitas despesas e não podia levar mais de um.
- Moisés nunca colocou nenhum animal na Arca, pois Arca era um estrumento* de cordas que Moisés tocava nas festas do Delúbio e depois emprestava para os anjos tocadores de arca.
O resultado disso seria um festival de bom humor e gargalhadas entre pessoas mais ou menos bem informadas e um termômetro para sabermos a quantas anda a ignorância dos nossos jovens. 
Ao invés das já famosas pérolas do ENEM, teríamos as Pérolas Fecais do ENEMA, mais um passo para a inclusão social da burrice, vejam que lindo! Tudo pelo social, inclusive os do Tony Ramos!
Chega de esculhambar a estupidez alheia, vou cuidar da minha vida e tentar achar um CD do Mandela, aquele cantor jamaicano que canta musica afrodisíaca, que veio da África! 
Até já, vou tomar um pouco de banho e volto, tá?

*Estrumento é ipsis litteris, como um jumento escreveria, mesmo Moisés não sendo o cara da Arca. O cara da Arca era Noé.
SURPRESA
Amigos, amigas, o Natal se aproxima e a variedade de porcarias e coisas inúteis que tentam te empurrar goela abaixo não tem coisa igual. É tu te descuidar e lá está um CD do Naldo Sincronizaldo ou do Power Guido na tua mão. E tu paga pra te ver livre do chato.
  Vais ganhar uma multidão de afilhados e sobrinhos que chega beirar a verdade. "Olha aqui, madrinha, tá barato o saco do Papai Noel pra pendurar na arvore!" e vamos adiante que faltam os presentes da Tia Corda e do filho da Bernadete e tu nem sabes quem é a Bernadete. 
  "Tio, tio, tá bem guardado, tio!". Flanelinha é um ser demoníaco que surge das trevas na frente do carro pra te achacar como se a rua fosse dele e, se tu não pagar, corres o risco de muitos riscos na amada lataria que é polida idiotamente todo o final de semana.
  Nesse torvelinho de emoções muito cuidado com o que vais comprar. Os papais noéis de chocolate da foto anexa são exemplo disso. Na embalagem são inofensivos confeitos, mas despidos tornam-se objetos de fazer desmaiar a Tia Corda e todas as tias necessitadas ao redor. Não deixe à mão, esconda-os ao perceber o que adquiriu, certo? É um conselho natalino para evitar faniquitos e surpresas bagaceiras.
Avante, Bulhufas, depois do Natal continuaremos comendo chester, bruster, porco e todo aquele acompanhamento até fevereiro.

VAZIOS
  Eu costumava chegar no jornal, lá em Caxias, cedo da manhã e passava pela cabine da telefonista, onde ficava conversando um pouco antes de ir para a minha sala.
Numa dessas vezes ela me olhou e disse: "Tudo bem, Motta? Parece que estás com a alma desarrumada!". Seus olhos leram a minha alma como nunca ninguém havia feito antes. Aquela moça, uma ilustre desconhecida, enxergou pela fresta da persiana da minha casa fechada e viu a mesa da sala com restos de um jantar inacabado, como se os convidados tivessem sido tragados pela noite escura sem terminar a refeição.
  Alma desarrumada, alma desarrumada; demorei pra me recobrar da surpresa, como se tivesse sido flagrado cometendo algum delito, sabe? Colei na boca um sorriso inoportuno e continuei mergulhado na minha casa desarrumada, vazia mas bagunçada, quartos empoeirados com pouca luz e agora não dá pra ajeitar tudo, nem vou receber visitas, mas preciso dar um jeito nisso.
Se a menina não me avisa ficaria tudo nesse abandono que só vi agora. 
  Aos poucos fui trocando os lençóis, sacudindo os tapetes, esvaziando as latas descascadas das prateleiras e jogando um montão de remorsos e inseguranças no forno eterno do esquecimento, no lixo. 
Tenho o péssimo hábito de colecionar saudades que, enfileiradas na janela, saltam no meu pescoço se, por descuido, passo muito perto. Ah, as saudades!   Como me livrar delas sem que percebam? Fizemos um pacto, então: só apareçam quando chamadas, certo? Nem acreditei que concordaram, as danadinhas!
Abri as janelas, iluminando a cama enorme e nem lembrava da cadeira de balanço com encosto de vime ali no canto, que coisa! 
  Que descuido o meu; abandonei-me, abandonei minha alma, deixei de lado o cuidado diário que minha casa precisa, corri o risco de me tornar mofado, cinzento, opaco.
  A partir disso procuro manter as coisas em ordem e limpas pra qualquer visita repentina - essas coisas acontecem quando tu estás de ressaca e com a barba por fazer - e sei que por mais que eu me prepare, as visitas à minha casa/alma são sempre inesperadas. Senão não teria graça, não é?
ANTIGUIDADES
No meu tempo, na minha época - falo na primeira pessoa pois não quero envolvê-los em coisas medievais - quase não havia acesso ao rock'n roll como hoje, que se você girar a torneira da pia da cozinha saltam a loura do Calypso e o Ozzy Osbourne ao vivo in concert.
Anos 70, em São Borja, tínhamos os primeiros contatos com a esbórnia encantadora do rock através dos conjuntos que tocavam nos bailes e nos traziam a voz e a música dos americanos doidos. Os Dinâmicos e Os Sheiks eram os dois melhores grupos que tocavam nos bailes dos clubes Recreativo, Comercial ou Fraternidade.
Dancei no embalo de Woman, Barrabas e da Photograph do Ringo Starr, sublimes. Depois vinham as melacuecas, entoadas por brasileiros que se faziam passar por ianques que nem Fabio Junior (Uncle Jack e Mark Davis) e Christian, esse mesmo da dupla sertaneja Christian & Ralph, que fez um baita sucesso com Don't Say Goodbye, trilha da novela Cavalo de Aço.
Eventualmente algum ricaço aparecia com elepês do Pink Floyd e do Deep Purple que o irmão trouxe dos EUA, e a gente tratava de gravar nas fitas-cassete TDK e BASF. As 3M eram uma lixa pro cabeçote do toca-fitas! 
Sim, havia músicas brasileiras como Antonio Carlos & Jocafi, que eram os mais dançáveis e outros que não lembro.
Em seguida fomos atropelados pela tecnologia e Mark Davis ficou no armário e o Fabio Junior assumiu o seu lugar e o Christian foi cantar com o Ralph dores-de-cotovelo alheias e nós crescemos e fomos trabalhar e cuidar na nossas vidas e dos nossos filhos. 
Quando acordamos de ressaca do baile de ontem, nosso neto entra no quarto e diz que o almoço tá na mesa e a vó tá fazendo pudim, na cozinha com a mãe e o tempo foi, passou e somos resultado daquelas noites sem fim com amigos e namoradas inesquecíveis que nos visitam ao adormecer. Sempre fomos felizes e sabíamos que éramos felizes, gente, ah, se sabíamos

domingo, 8 de dezembro de 2013

CONSELHOS DO TIO MOTTA
Se estás desabalado na balada e o melhor que aconteceu até três da manhã foi o garçom te passar a mão na bunda, é hora de partir pra ignorância! Mas, cuidado, muito cuidado, nessa hora da madrugada corres o risco com as maioneses de quermesse - ou melancia no sol - que surgirão das entranhas do inferno querendo te fazer mal, pequeno borracho.
Unhas vermelhas, voz rouca, perfume da Coty, um Dunhill babado e um pedido de kipikúler é o cartão de visitas desses temíveis seres que gravitam nas madrugadas bêbadas de tarados em fim de carreira que nem você, ó desatinado incauto!
Se for inevitável e aquele urubu lhe parecer a Daryl Hannah vestida de Mortícia, peça mais uma dose de qualquer coisa enriquecida com urânio e abra seu coração, deixe a poesia fluir e se derramar por entre os seios dela e espere pra vomitar quando o táxi parar na frente do hotelzinho da Comendador Coruja.
No sábado pela manhã o pior já terá acontecido e isso nada, mas nada mesmo, poderá te arrancar dali e te jogar embaixo do teu chuveiro, no aconchego do teu sacro e santo lar. Foi jurar amor eterno e dar vazão aos teus instintos mais baixos e rasteiros, mesmo sabendo o preço a pagar, azar é teu; aguenta o bafo de cinzeiro e reza pra não encontrar ninguém conhecido às onze da manhã, com o Mahmoud Ahmadinejad abraçado em ti em plena Cristóvão Colombo! Mas ontem essa coisa até parecia matável...bá, deixa pra lá!
Enfim, desejo-lhes suerte! Meu pessoal está on-line para aconselhamentos e sugestões eventuais 24h. 
Vou jantar e jogar um pouco de xadrez com minha mãe, a Norma. Até mais tarde.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

BOM DIA 
Minha vida nunca mais será a mesma! Preciso consultar um psicopata, meu Deus! O Menino Dourado era Menina Dourada! Brincaram com meus sentimentos, fizeram muqueca dos meus sonhos e infringiram meus embargos delinquentes!
Quando eu sair pra buscar víveres passarei no médico para ver o que é essa dor nuclear - na nuca - que me incomoda desde que Júpiter entrou em conjunção carnal com Afrodite, a diarista do vizinho.
Deu pra ver que acordei com meu grau de demência um pouco alterado devido às tramitações na câmara de suplícios da Marta, mas relaxa e goza da cara dos mequetrefes, já que a moda agora é pó no ventilador, aliás, helicóptero. Antigamente se dizia que botar coliformes fecais no ventilador - viram como sou politicamente correto? - era fazer uma fofoca daquelas bem cabeludas, tipo botar fogo no palhaço pra provocar a alegria do circo, sabem?
Mas a invasão da insanidade aos porões da minha razão se deve, hoje, ao fato de ser 29 de novembro, dia em que o Coronel Demêncio Ventana atravessou, vitorioso, com suas tropas, o Rio Takeuspa, na heróica batalha de Los Cagones, quando três peleavam e dez fugiam.
Herói da revolução bulhufense, Coronel Demêncio atravessou para a Província de Patavina, com suas tropas de gado, lá o peso do boi vivo estava o dobro do que em Bulhufas. Tio Demêncio é descendente direto do Coronel, que já está comendo capim pela raiz há séculos. 
Tio Demêncio cultua a tradição de seus ancestrais - os maiores e mais distintos abigeatários do nordeste do planeta - golpeando um trago de canha, oitavado no balcão do bolicho do finado Sarnoso, ali perto dos trilhos, flor de borracho.
Vou dar uma passadinha no meu jardim, espiar as pecúnias que plantei ao lado das minúcias; com este sol vão brotar em lindas bolotinhas púrpuras, um amor! Preciso arrancar os escrotos que já nasceram ao lado delas. Mas eles não sabem o que os espera: comprei escroticida, ontem, e vou pulverizar com uma máquina de Flit, me aguardem!
Até já.
SUKITA
Me perdoem, às vezes tenho uma recaída e meu lado escatológico vem à tona com força total. Todas as coisas que conto e as pessoas que cito nos causos e croniquetas, são fruto de vivência, da minha passagem em alguns níveis da vida que nem sempre são os melhores. 
Tento não ser hipócrita, fazer de conta que não fiz ou fingir que não estive mergulhado em alguns lamaçais sinistros onde, realmente, já estive. De alguns caldeirões infernais consegui pular ileso, de outros, nem tanto. Todas essas passagens foram assimiladas, digeridas e transformadas em alicerce para a minha personalidade, pro caráter, que não é nenhuma maravilha do mundo antigo, mas é o que toda essa jornada por mundos e submundos me deu, fazer o quê, né?
Poderia ter transformado as minhas lembranças e experiências em totens de autopiedade e dourados lamentos, pranteadas ao sabor de uma cítara celestial, mas aprendi a rir da minha própria desdita, das minhas mazelas, o que me pareceu mais divertido do que ficar enchendo o saco do mundo com a minha insignificância.
Meu filho, o Lobo, me conhece como eu realmente sou, e sabe de todas as barbaridades que cometi contra mim e contra quem me cercava, em tempos insanos, levado pela irresistível maré da sacanagem. E assim procuro ser com todos que me rodeiam: transparente, franco, coisa que, às vezes, pode parecer deboche. E muitas vezes, é.
Quando acordei de um coma de quatro dias, em outubro de 2012, no CTI do Clínicas, com Ana Maria Madeira e Maria Cristina Fripp Beck ao meu lado - contando que eu escapara do desembarque eterno por um descuido do motorneiro - pensei que isso fosse me transformar em um monge ou num pregador, arrependido de tantos negros pecados, peregrinaria mundo afora resgatando almas quase perdidas como a minha.
Não, nada disso. Aconteceu uma coisa mais grandiosa, no meu entender - no meu entender, por favor, não se ofendam - que foi a introspecção. Me descobri meu melhor amigo e, nisso, deu-se um processo de desconstrução e reconstrução de mim, de algumas verdades e outras permanentes mentiras. Foi só isso, apenas isso, mas está sendo ótimo esse reaprendizado. 
Por isso pedi-lhes desculpas lá no início, pela minha irreverência excessiva e aquele sarcasmo eventual que, sem eles, não consigo viver, sacaram? Não consigo levar a sério ideologias - sejam quais forem - muito menos energúmenos que te odeiam se gostares de Led Zeppelin, por exemplo. Ou Deep Purple.
Já imaginaram se Sócrates fosse fazer seu último pedido e se saísse com essa: "Uma Sukita bem gelada, por favor? Sikuta é pros fracos, yeah!".
Depois venho aí contar a minha dura vida de hipertenso, cleptomaníaco, maníaco depressivo e, nas horas vagas, psicopata, é uma choradeira só, verão. Bye.
Vamos começando o dia às dez horas da manhã com muito Genoíno, hotel, Zé Dirceu, Dilma e Florianópolis. Ah, e devem pipocar mais algumas fraudes e roubos, coisas de sempre que ninguém liga mais. Em Bulhufas essas coisas só dão Ibope por um tempo, mas quando se trata de assunto sério como a separação do Naldo Sincronizaldo da Pitanguinha e o novo assédio do Nelson Ned no papagaio da Ana Maria Cracatua Braga. 
Deixo-lhes cartaz de famoso e inesquecível filme que fazia as cocotas dos anos 80 se mictarem perna abaixo. Cocotas eram as mina daquela época! E vocês sabem que as mina pira!

Adelante, vamos conspurcar os mirantes dos faraós embalsamados! Austregésilo de Athayde que se cuide! Paulo Motta vive! E rouba que nem os capitalistas que nem nós! Olhem os nós, olhem os nós! Marcus Valério vai trabalhar na biblioteca da cadeia da Linguaruda, em dois meses estará reabilitado e pronto para ser reintegrado à sociedade, será submetido à leitura do Deus Negro, do Neimar de Barros, 24h até fevereiro, quando receberá a chave da sua tornozeleira e estará entre nós, com nós!
Absalão, Absalão, aleluia, eles voltarão! Todos nós voltaremos. Não sei em quem voltar, a confusão entre os bons ladrões está crespa, mas aquele que nos orienta voltará para nós! Está repousando em berço de infringentes, sem embargos, com sua guarda pessoal, os temidos escrutínios, ó céus! A chefe das lambisgóias, que protegem e cuidam do repouso do Inigualável, Rosemary Noronha, traz consigo pétalas de lascívias e libidinosas para jogar pela cabeça do Inominável, Aquele Que Não Devo Pronunciar O Nome. Agora, falando sério, que besteira!
ABS
Muitos abs pra vocês, meus queridos amigos e amigas, muitos! Agora que descobri que abs, ao final de um texto, são abraços enviados abreviados pelo remetente da cartinha, proporcionarei farta distribuição deles, ótimo! E eu achando que seriam freios abs, como sou estúpido, gente!
Mas é a nossa preguiça mental virtual de cada dia. Beijo virou bj; também agora é tbm, e por aí vai. E eu me incluo dentre - amanhã vou ao dentrista - esses preguiçosos. É a má vontade de pressionar mais uma ou duas teclas, que nos tomarão um tempo bárbaro. Imaginem se tivéssemos que escrever aqui, nesse momento, em uma máquina de escrever ou com caneta Bic em alfarrábios não tão distantes de nós, hein? Que merdança seria! E o meu teclado fica gago, às vezes. Eu aperto uma letra e não sai. Ou verborrágico, taquilálico: eu rio rararara e saltam érres demais: rraarrararrarrrrr, um desastre!
Esses dias uma amiga me falou que estava na mesma vibe que eu. Opa, o que será vibe? Ela me explicou que é estar na mesma sintonia, vibração e tal. Ah, mas é perguntando que se aprende, eu acho.
Essa cara-de-pau que nem todos tem, de perguntar o que não sabem, é uma espécie de virtude que me acompanha desde a mais tenra idade. Tenra idade, gostei. Parece que, nesse período, estaríamos prontos para sermos consumidos al dente.
Voltando à cara-de-pau, mesmo na escola, sempre perguntava o que não entendia e me lixava pros bandalhos. Quase sempre, todos queriam fazer a mesma pergunta e tinham vergonha! Nunca tive vergonha de aprender. Não sabe? Pergunte, rapaiz!
Lembro de uma reunião com os caras do RH, lá no Pioneiro, que iriam falar sobre o ponto biométrico. O ponto eletrônico deixaria de existir e chegava o tal ponto biométrico, que eu imaginava medir o incauto em vida.
Claro que não era nada disso. Mas eu esperei até a metade da reunião e, já que ninguém explicava o que era, eu perguntei, sem medo de ser espinafrado pela ignorância. Aprendi, naquele instante, que é bater o ponto só colocando teu dedo no aparelho e pronto, viram? Agora vamos votar biometricamente, também. Mas já inventaram o dedo de silicone, ô Bulhufas velha de guerra! Mal inventaram o negócio, já veio a trampa junto.
Mas sempre fui um burro corajoso, nunca me calei por medo do constrangimento, o que me ajudou demais nessa minha escassez de intelecto. Em aulas ou reuniões, não perdia meu tempo em devaneios, elaborando perguntas difíceis pra fazer e impressionar os colegas. Prestava a atenção no que o estava sendo dito que eu ganhava mais, de fato.
Acho que sempre fui um beócio humilde. Pior coisa do mundo é o bronco arrogante. Esse não sabe, não quer aprender e pensa que é o dono da verdade; impossível conversar com ele sem pensar em assassinato. E onde esconder o corpo.
Gente, um abraço pra vocês de todo o meu coração. À tarde, depois da fisiotorturapia volto entupido de boas novas! Abs e bjs, sem deboches, por favor!
IPVA
Descobri quanto um abonado em São Paulo vai pagar de IPVA de sua Ferrari: R$ 101.000,00! Não é a minha ex-cadeira de rodas vermelho-Ferrari, é a caliente, mesmo!
Nem o Zé Dirceu com o novo emprego consegue pagar uma baba dessas, acho que não! Esse cara não deve fazer aquelas contas que nós, pobres chinelões, fazemos, do tipo quanto faz por litro ou fica chorando por horas quando descobre um arranhão na lataria. Aliás, nem é lataria: é ourivesaria! Deve ter uma bomba de gasolina em casa pra não ter que pagar o mico de ouvir do frentista: "Vai pagar em quantas vezes?".
Dinheiro é para os fracos, a onda agora é Ferrari, Lamborghini e Tobata!
No salão, as mulheres com a cabeça enfiada num secador, parecendo astronautas da Bolívia, fofoqueiam: "Meu marido tem duas Ferrari. Uma pra viajar até o Mar Morto e outra pra Baía Caliente, em Cubanakan, ao norte de Bulhufas!".
E o Zé Dirceu saindo da fila do SINE (Sistema Nacional de Empregos) abraçado num singelo porém honesto emprego em um hotel, com um humilde salário de vinte mil reais. A única exigência feita pelo empregador é a de que ele, quando terminar o expediente, saia batendo palmas e assoviando, sinceramente não entendi, mas peão deve ser tratado como peão, senão tomam conta. Esse assunto vai ser a encheção de saco dos próximos quinze ou vinte dias.
O Saint Peter, hotel que o contratou, não poderia ter um garoto-propaganda melhor, um achado! Longe da gritaria das direitas e esquerdas volver, os patrões do Tony Ramos da hotelaria devem estar esfregando, raposamente, as patinhas dianteiras considerando os resultados imediatos de sua grande sacada.
Meus cumprimentos a eles que, por sinal, prestam um ótimo serviço em seus hotéis. 
Lembrei do Johnny Weissmuller, o Tarzan dos anos 40, que terminou sua carreira como atração turística em um hotel. 
Imaginem o menino puxar a mão do pai na beira da piscina e gritar: "Pai, pai, olha lá o Zé Dirceu erguendo o punho fechado no trampolim da piscina! O que é aquilo no pé dele?", e o pai, didático: "É uma tornozeleira, meu filho!".
Escoteiros farão bivaques no hotel para conhecer a lenda do Mensalão e fotografá-lo quando imita o Genoíno rindo, uma aventura!
Essa República de Bulhufas se não chegarmos ao poder, ninguém tomará Bulhufas! Masbá!
Boas noites a todos e até amanhã, se Deus quiser.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

ÀS GANHAS!
Estive, ontem à noite, no Tapa's Bar, na República, no evento de lançamento do livro do José Luiz Prévidi, 10 Anos às Ganhas, o qual recebi autografado pelo próprio Prévidi, uma honra!
Mais honrado ainda, fiquei ao conhecer, pessoalmente, a Rosana Tabasnik, o Fernando Pamplona, o João Carlos Machado Filho, Marco Poli e reencontrar o Clovis Heberle, Leo Iolovitch, Paulo Pruss e o Daniel Baloni, mais uma alegre e animadíssima galera.
Esses encontros fraternos só são possíveis a partir dessa tecnologia divinamente infernal que é o facebook. Há discussões de como o FB é nocivo e longos depoimentos de pessoas amarguradas, que se sentem frustradas, indignadas e coisas assim. 
Talvez pela minha facilidade em levar as coisas com pouca seriedade, só tenho elogios a esse canal de comunicação que permitiu ampliar meu horizonte de amigos, gente legal que troca ideias sobre qualquer assunto sem perder o sono por coisas menores. Nada a ver com pinto de japonês, certo?
O Helio, do Tapa's, nos serviu um delicioso quibe e bolinhos de mandioca - aipim para os povoeiros - e cheguei em casa com a alma lavada de risadas e tiradas genias dos espirituosos bandidos.
Segundo o Fernando Pamplona, daqui a dez anos o Prévidi lançará o 10 Anos Às Brincas, oxalá concretize-se!
Agora falei no Helio e lembrei do meu amigo Helio Oliveira que, ao fazer check-in reparou que a recepcionista escrevera Elio no documento, aí reclamou: "Por favor, meu nome é com agá!". Ela refez o papel e escreveu "Elho"!
Ele contava e ria: "Nunca teria pensado numa asneira dessas! Coisas que só a burrice faz por você!".
Bom almoço e até mais tarde, correligionários e correligionárias! E Thi Kord lança sua campanha para o senado de Bulhufas, aguardem!


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

COISAS QUE ME IRRITAM (I)
Uma das tantas coisas que me emputecem, é eu estar falando com alguém ao telefone e um desesperado na minha frente, gesticulando e mexendo com a boca pra me ensinar o que dizer pro outro tresloucado com quem estou falando.
Não sei se presto atenção no cara à minha frente ou ao ente querido que me fala no ouvido. Já fiz que nem quando um cachorro corre, latindo, junto ao meu carro em movimento: parei e fiquei olhando.
"Olha só, tem que avisar ele de que a peça precisa chegar amanhã de manhã senão o cliente vai desistir, é isso que quero te falar pra tu falar pra ele, viu?". 
Ô idiota, eu liguei pra dizer exatamente isso ao cara aqui do telefone, se tu me deixar, é claro!
Tem mais, estou colecionando coisas irritáveis pra desopilar! Ando implicante, me aguentem! Não tem Os Replicantes, banda do Gerbase, que se derivou do Blade Runner? Pois então, eu sou um Implicante!
Tiau pra ti.

CASTIGO II
Fui castigado, de novo, pelos meninos do feicebúqui. Duas semanas sem recreio por fazer convites a pessoas que não me deram a mínima, e ainda por cima disseram que eu sou um grande mala! E digo meninos do FB porque só pode ser coisa de marmanjo isso, essa perseguição. 
Então, não poderei convidar ou adicionar ninguém durante cartorze* dias, pelo motivo supra citado - aprendi com meu Tio Demêncio, que era adevogado e adorava falar supra - de convidar gente que não deveria, e aí os convidados fizeram uma comissão com um acima-assinado de três mil assinaturas, que foi apresentado à Comissão de Frente da Tribo dos Apaches do Império Inca, presidido pela nossa guardiã e salvadora dos bons e justos Maria do Terço, que deferiu a solicitação e pediu três vias com cópia em Carbono 14 para ser desenterrada daqui oitenta anos, quando se fará exames nas assinaturas e se descobrirá que eram assassinaturas, um horror essa maldita herança, que lambança!
A partir dessa antipática determinação do pessoal do telex do Bill Gates, resolvi o problema da caspa com a decapitação: não convido mais ninguém! Verdade! Tem um amigo meu de juventude bêbada, que convidei há mais de ano e ele nem tchuns, paciência.
Sei lá porque cargas d'água, lembrei de um feita em que meu amigo Capincho e eu conseguimos umas namoradas grã-finas, que nos arrastaram prum restaurante japonês, vejam só o perigo que correram!
Lá chegando, tiramos os sapatos e nos acocoramos numas esteiras e começaram a nos servir. O Capincho observou: "Mas deve ser uma bóia lôca de boa pra comer ajoelhado, hein?". Eu só rezava pra pra nossa estupidez não rasgar nosso cartaz com as meninas, tão requintadas. Minhas orações vieram por terra quando veio um prato de sushi e o Capincho, do alto de sua elegância, exclamou: "Mas eu é que não vou comer esse negócio enrolado com fita isolante!". Me restou a bebedeira de saquê, sacou?
E aquele namoro não deu em nada, elas pensavam que éramos podres de ricos. Claro que éramos podres, sim, além de refinados mentirosos. E não comemos ninguém, nossa praia era o boteco, o chinaredo varzeano e a cachaça com ovo cozido do vidro sobre o balcão.
Vou almoçar que daqui a pouco chega minha torturapeuta pra me esticar feito aqueles interrogatórios da Santa Inquisição. 
Depois eu volto pra conversar mais um pouco com vocês e lhes contar do meu cachorro, o Nique, que ganhou casa nova, beijinhos e abracinhos pra vocês!

MORMENTE
Sou um ser humano com uma boa dose de irresponsabilidade e, consequentemente, inconsequente, um belo exemplar de desmiolamento sob controle de mim mesmo, o que dá pra imaginar a bagunça que é a minha cabeça. Mas é uma esculhambação organizada, dominada, como diz a geração XY. Eu acho, pelo menos.
Nessa desordem, viajo em algumas situações que não sei como me comportaria, diante do mundo tão autoritariamente democrático em que estou inserido, onde vivo e tento ser feliz.
Essa democracia tão linda em que estamos mergulhados, me desenvolveu uma autocensura que, quando acendo um cigarro, procuro fazê-lo longe de olhares indiscretos, temendo que surjam defensores da lei e da ordem e me joguem num calabouço escuro para apodrecer ali, por emporcalhar o ar da Humanidade.
Ouvi que em São Paulo ou Rio de Janeiro, em três meses, já houve quinze mil multas emitidas contra pessoas que jogam tocos de cigarro no chão ou que não limpam os cocôs - eu sei que não tem acento - de cachorro da calçada. Muito bom, é isso mesmo! Quem não fica puto quando vê alguém jogar latas pela janela do carro ou assoar o nariz no pano de pratos?
Fiquei mais cauteloso ao cumprimentar alguém do outro lado da rua e ser mal interpretado por algum transeunte, que pode me processar por discriminação racial, sexual ou religiosa. Ou se for uma dama, por assédio e constrangimento sexual.
Mas assim é a democracia. Governo do povo e para o povo, livre pensar é só pensar, parafraseando Millôr.
Não sei como me sentiria morando nos EUA, o Grande Satã, sabendo que na esquina onde moro, tem reuniões da Ku Klux Klan às quartas-feiras, por exemplo. Certamente me sentiria incomodado, mas isso é democracia e pronto, ponto. Com ela vem a liberdade de expressão e o respeito que devemos ter com quem pensa diferente de nós.
Quando trabalhava no Pioneiro, em Caxias, costumava comer aspargos, palmitos ou pepinos em conserva, no lanche. Todos me olhavam meio surpresos, alguns torciam o nariz, mas eu gostava de comer picles à tarde. Um dia uma menina me perguntou porque comer aquilo naquele horário. Eu olhei e olhei pro vidro de pepinos e respondi que ali não havia nenhuma orientação quanto aos horários da comilança. Ela não gostou muito e nunca mais me cumprimentou. Eu estava exercendo a minha democracia, ué. Tenho direito à democracia e à cidadania, certo? Mesmo que haja quem faça cara feia pros meus paladares, tenham paciência!
Boas noites cinderelos e cinderelas, até amanhã. Antes conto-lhes uma piadinha muito, mas muito ruim. É a do portuga - não me processem, portuguinhas - no primeiro dia como manobrista, num estacionamento, chega um cara pra ele e diz:
- O Celta preto!
E o portuga responde, olhando pro céu:
- Ô pá! Está mesmo, acho que vai chuveire!
Eu falei que era ruinzinha.
Ah, mormente, quase esqueço do título. Acontece que sonhei com alguém sussurrando na minha orelha: "Mormente, valente, esquente, mesmo que não aguente a serpente mormente, mormente!". Sei lá que sortilégio será isso, acho que vou jogar no lixo ver que lixo que dá. 
Buenas.

Se você está de saquinho cheio do Genoíno e suas peripécias hospitalares, trago-lhes a sensação do momento: a ovelha inflamável, ou melhor dizendo, inflável!
Para aquele momento de solidão, quando os amigos se afastam e a namorada te deu um solene pé-na-bunda, nem tudo está tão perdido quanto parece, ei-la que surge das ruínas do seu coração, Dolly, A Ovelha Erótica, sua nova parceira de folguedos ao anoitecer!
Esse lançamento faz parte do Kit Atola, que será distribuído pelo nosso Ministério do Supremo Prazer, que ainda não tem titular, estamos à procura.
Além da Dolly, o perfume afrodisíaco Suor de Caveira acompanha o kit. Onde ele for o perfume vai.
Isso é o PCQ (Partido do Cachorro Quente) fazendo tudo pelo social - inclusive os do Tony Ramos - transformando em potência emergente Bulhufas! Masbá!

CARTILHA
Eu não sei vocês, mas eu fui alfabetizado com a Cartilha do Guri, 1966, por aí. O vovô viu a vulva da vovó, Olavo viu a Élida e nós soletrando bo-la, pa-pai e aprendemos a ler, escrever e ser gente. Naqueles tempos aluno era aluno e não cliente. 
Ninguém ficou com graves sequelas porque a professora chamou a atenção e botou de castigo. Acho que éramos mais fortes emocionalmente. Os namoros aconteciam naturalmente e não na velocidade Miojo como agora. Hoje a meninada quer tudo em três minutos: namoram, concluem a universidade e, se não chegarem ao cargo de presidente da empresa em um ano, sentem-se fracassados.
As relações humanas adquiriram uma velocidade tão incrível que, do namoro ao divórcio, dá pra aproveitar as mesmas testemunhas. Às vezes me parece que o ser humano muda conforme muda a tecnologia. A pureza da minha geração perdeu-se nas câmeras digitais e nos iPod, iPed, MPs e noutras tranqueiras interplanetárias. Ficamos com o coração ultrapassado, dinossauros passeando de mãos dadas e beijando a menina no escurinho do cinema da Rita Lee. 
Alguma coisa daquela época conseguimos impregnar no espírito dos nossos filhos: um pouco de cautela, procurar ver além do que é; o que será ali adiante e, principalmente, gozar de mais credibilidade junto aos filhos do que a tevê, esse é um grande desafio que não superaremos levando os pequenos ao xópingui pra comer Big Mac, acredite.
Vou descer e exercitar minhas pernas de rã, já estou quase caminhando. À tarde tenho aulas de tuba, transferi o horário das 23:30h pras 11h da manhã a pedido dos vizinhos. São uns chatos, meu Deus!
Um carinhoso beijo no pleonasmo de vocês e, no infringir dos embargos, à tarde estarei aqui para atormentá-los. Tiamanhã.

REDESIGNAÇÃO 
Vão se habituando a pronunciar essa palavrinha aí de cima, pois ela já faz parte do nosso dicionário. O SUS está fazendo cirurgia de redesignação sexual, queridos paroquianos e paroquianas. É parte do tratamento da Desordem do Transtorno de Identidade para transsexuais e transgêneros. Confesso-lhes que não sei a diferença entre um e outro e quase me embananei - sem trocadilhos, por favor - só pra pronunciar resdegni, redenisga, r-e-d-e-s-i-g-n-a-ç-ã-o, ufa!
Por favor, longe deste peão contribuinte questionar os nobres motivos que levam nossas autoridades legisladoras a custearem esse tipo de procedimento médico-hospitalar, que imagino caríssimo. Pergunto se não há prioridades, coisas mais relevantes, que contemplem idosos, crianças ou adultos com doenças que exigem remédios importados, por exemplo?
Não sei se o SUS custeia operação plástica; não plástica corretiva; mas aquela plástica ornamental: a redução de um nariz de tucano, ajeitar aquele queixo de bruxa igual ao da minha sogra. Se não custeia é porque ninguém pressionou e exigiu que os contribuintes paguem pras pessoas ficarem mais bonitas, afinal de contas, pobre e feio é ruim, hein? Acho que esses caras que cobram impostos são uns grandes impostores, isso sim! Mas deixa pra lá, Al Capone resolveu não pagar imposto e foi preso. Talvez eu seja um pequeno estúpido que não vê o alcance social que esse tipo de cirurgia abrange, quem sabe?
O Marco Poli contou-nos como aprendeu a fumar quando, aos dez anos, viajava nos aviões Electra, na classe infantil, e afanava os Minister, que vinham em caixinhas de três cigarros, dados aos passageiros. Inacreditável!
Imaginem as crianças reclamando que aquele guri lá da frente roubou meus cigarros, mãe! Pai, quero meus cigarros de volta! E o Poli, menor infrator, com os bolsos cheios de Minister, valha-me Deus! E eu pensando que já vi quase tudo. Ledo e ivo engano, rapaziada! Parte da biografia marcopoliana não autorizada, olha o processo!
Vou até a cozinha - já consigo ir até a cozinha e abrir a geladeira - depois eu volto, não mexam em nada até lá, ok?

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

BRIZOLA
Vi, hoje no Blog do Prévidi, uma foto do Brizola com uma de suas promessas de campanha: na primeira hora do primeiro dia de seu governo, tiraria a concessão da Rede Globo. E acredito que ele o fizesse, pois não era um homem de meias palavras. Era um sujeito de princípios rígidos esse governador gaúcho que parou o Brasil como nunca ninguém fez, obrigando os militares a recuarem aos quartéis, respaldado pelo comandante do III Exército, Machado Lopes, em agosto de 1961. Mas imagino que todos conheçam a história da Rede da Legalidade e a resistência dos gaúchos comandados pelo Brizola, entrincheirado no Piratini, guarnecido pela Brigada Militar, aguardando a posse do Jango. Se não conhecem, deveriam, para ter um pouco mais de conhecimento da história do Rio Grande.
Me pergunto porquê o presidente Lula - que sempre detonou a Globo e qualquer um que criticasse ele e o partido - quando teve a oportunidade de questionar o poderio midiático global não o fez? Hoje não há um correligionário de Lula que não brade contra o que chamam linchamento político dos cidadãos presos na Papuda que, segundo eles, orquestrado pela mídia golpista e aquela coisa toda.
Mas até onde a minha ingenuidade permite, essa mídia serviu e serve aos propósitos lulistas e dilmistas até esse presente momento. Mas é apenas uma opinião de um cara meio esquizofrênico, que sou eu. 
Enquanto esquizofrênico, devo ser perdoado por dizer besteiras, assim como o cara que mata gente e deve ser desculpado pela sociedade por ser apenas um psicopata, em conflito com tudo isso que está aí.
Digo sempre aos meus zíperes e velcros - botões são coisa do passado - que somos um país comandado por uma presidente socialista-marxista guerrilheira trotskista com um Congresso e uma Câmara infestada da mais fina flor da burguesia capitalista, cultivada no pântano da delinquência e da contravenção. Não dá pra levar a sério um filme assim, hein?
Vou almoçar guisado de charque com mandioca, minha mãe, a Norma caprichou, uebaaa!

DÉCIMO
Isso mesmo, décimo livro do José Luiz Prévidi, 10 Anos Às Ganhas, que será lançado dia 25 de novembro agora, segunda. Vamos até o Tapa's Bar, na República número 30, quase com João Pessoa. O evento será abrilhantado pelo famoso ventríloquo Nicolás Maduro e seu boneco Pajarito e a banda Paralelos do Ritmo, nunca se encontram! Não esqueçam: dia 25 a partir das 19h. E ainda, com sorte, poderão tocar, conversar e interagir com o autor, galera! Se a segurança deixar, é claro!
Abracinhos!

PIVÔ
"Eu sou aquele pivô, que te abraçô, e te beijô meu amorrrr...", mas a Rosemary Noronha - lembram dela, seus desmemoriados, agora só querem saber do Genoíno, esqueceram os larápios velhos, né? - mesmo não tendo sido um pivô nas bocas, agitou Bulhufas quando descobriram o que ela fazia com o Lula nos voos presidenciais. E enchia a boca, a danadinha! 
Mas a Thereza Collor enquanto pivô é imbatível, combinemos irmãos e irmãs! Concluo que a direita capitalista burguesa fiadaputa tem gosto mais apurado do que a esquerda proletária socialista, não acham? É o que penso enquanto mero observador da Grande Encrenca!

FRIBOI
Eu ouvi que os concorrentes da Friboi estão indignados, pois eles cresceram 20% desde a campanha com o Tony Tapetão Ramos. Chegaram a processar os caras por alguma coisa que não entendi muito bem, talvez por serem mais criativos, quem sabe?
Vamos pensar em cotas publicitárias para os desprovidos de boas idéias por não poderem exercitar sua imaginação e aquela coisa toda que já conhecemos!
Aliás, não lembro qual amigo aqui do FB que sugeriu cotas para os colonos. Nada mais justo. Embora tenham olhos azuis e sejam loiros, merecem um cuidado maior, considerando estudarem de manhã, e trabalharem na roça à tarde, lá em Linha Nona ou Picada Café. Pois é, representantes não lhes faltam, considerando políticos do nível do Bon Gass, Pavan, Marcon e o Zülke. É só criar uma ONG pros gringos - melhor, ítalo e germanodescendentes - e pressionar; isso seria muito justo, considerando que seus antepassados foram jogados dentro de uma serra inóspita, onde tiveram que fabricar seus veículos, carroças, talheres, plantar e tantas outras coisas que se descobre quando se lê sobre a colonização alemã e italiana, no nosso Rio Grande. Ou vocês acham que Tramontina, Marcopolo, Guerra, Randon, Eberle e outras tantas, surgiram do nada, por obra do acaso? Tem muito trabalho atrás disso.
Por aí pode-se pensar em cotas para os coloninhos que ralam, acordando na madrugada, pra pegar um ônibus ou um cavalo que os levará até a escola, onde ampliarão seu horizonte mental e as alternativas profissionais do futuro. Mas é só uma ideia maluca, só isso.
O calor, hoje, está bagual demais! Acho que vem chuva por aí, vou tomar banho de chuva com o cachorro Nique e minhas mulatas, aliás, muletas.
Vou comer um mocotó com pão de quarto de quilo e ver a novela do Félix, o gato!
Até mais tarde.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

ABSURDO, ABMUDO
Sim, estou embasbacado, senhores e senhoras ouvintes! Me caíram os basbaques do bolso e já lhes digo porquê; ajeitem-se na poltrona, sirvam um copo de Grapette e uma tigelinha de Mandiopã, e ouçam o que ouvi agora há pouco - e não estou autorizado a falar sobre isso, mas meu instinto sacanístico me obriga a tal - da boca, ou melhor, das teclas da nossa amiga Bianca Volpatto: "Estou frustrada pois não consigo engordar cinco quilos!".
Pela capa do Genoíno, nunca pensei ouvir isso de uma mulher, juro! E acho que nenhum homem em pleno uso de suas escassas faculdades mentais feitas na PUC, imaginaria isso, também.
Mesmo correndo o risco de ser processado pela bela Bianca, me faço o portador dessa boa nova para todos os povos da Terra! As mulheres querem engordar! Abrir-se-ão os céus, soarão as trombetas de Gedeão e os anjos Gabriel, Rafael, Gargamel e Anatel descerão entre nós para receber a boa nova e levá-la aos quatro cantos do Universo!
Os palácios dourados da Valhala se regozijarão com as valquírias opulentas - criadas à base de polentas - brindando em seus cálices transbordantes de cerveja com álcool e transgênica. Viva o javali assado e o colesterol, que venham frívolas fritas e mal-passadas e escambau ao molho de lambisgóia!
As mulheres querem engordar! Uma nova era se inicia a partir de agora! Nossas parceiras não mais tentarão botar, às escondidas, aquela calça jeans de dez anos atrás e, se conseguissem, passariam o tempo todo gemendo, apertadas, e tu achando que era enxaqueca.
Chega de fingir que a folha de alface e um brócolis são um banquete, chega de miséria e viva a fartura, vivam as bem fornidas, tratadas a pão-de-ló e cuca serrana, viva a celulite e a bochecha fofinha! Abaixo a magreza compulsiva!
Hoje é um dia para marcar no calendário: 19 de novembro, o dia em que as mulheres se libertaram do estereótipo da modelo seca feito pavio! O dia em que a líder do movimento Engorde Sem Culpa, a Bianca, queimou em praça pública milhares de receitas para emagrecer, que lhes foram entregues por suas seguidoras. 
Comemoremos, irmãos! Só os irmãos, as irmãs que fiquem na lancheria comendo uma bem-servida torta de limão com cerveja preta. Com álcool, pois sem tonturinha não dá!
Bem, após esse momento de desvario e júbilo, vou almoçar sem culpas nem desculpas, bom almoço a todos e todas, alegres paroquianos, depois da sesta estarei aqui para atormentá-los com palhaçadas sem graça, tiau.

PRA ONDE IR?
Não, não é a bela música interpretada pelo Victor Hugo, não. É a sensação que tenho ao ver a situação que envolve os cidadãos recolhidos aos braços da Papuda, enquanto acusados pelo STF e por um monte de gente que quer vê-los presos. Enquanto cidadão mais ou menos informado, começo a duvidar do que leio, ouço e vejo, enquanto leitor e telespectador e enquanto bobo, também. Por enquanto.
Não me considero medíocre - minha autocrítica é generosa - procuro ler Veja, IstoÉ, Anal Sex e Carta Capital - esta última pendendo pra Playboy, com pererecas na capa - e daí formar opinião sobre algumas coisas. Vozes se alevantam contra a prisão dos rapazes, acusando a mídia golpista de manipular a opinião pública contra homens bem intencionados, que contrariaram os interesses burgueses-capitalistas e, por isso, defenestrados, temporariamente, da vida pública.
Se os nossos meios de comunicação me fazem pensar que eles são culpados, devo ler outras coisas. Quem sabe o Pravda ou o Le Figaro, mas não sei falar russo, muito menos francês, e agora?
Como já estou me achando mais banana do que pensava, ao ponto de ser conduzido pela mídia espúria, devo começar a repensar meus conceitos. O Maduro, por exemplo, é um sensitivo que tem o dom de interagir com aves e mortos, desde que sejam do Partido. Nós somos um amontoado de ingênuos que acreditam em tudo que a tevê mostra, meu Deus! Creio que sou um dos poucos que escuta a Voz do Brasil, pois é um programa que tem mais crítica, embora não seja opinativo, do que muito jornalista de direita ou esquerda por aí.
Continuo com essa sensação de que fui enrolado pelos meios de comunicação ao acreditar na culpa dos mensaleiros. Será que são patriotas entupidos de boas intenções, sem nenhuma mácula, apenas com a vontade e o desprendimento de tornar nossa vida mais feliz e alegre? Não sei, não. Nem o pobre do Pizzaiolato escapou das garras midiáticas, sendo tão enxovalhado que precisou se refugiar na Itália, vejam só!
Mas vou almoçar e sossegar a cola, que já passa da uma da tarde e eu aqui, falando mal dos guris da Papuda, bom papo!
Tiau, senhores e senhoras ouvintes.

domingo, 17 de novembro de 2013

AUTOBIOGRAFIA NÃO-AUTORIZADA
Isso mesmo! Vou começar a postar em doses homeopáticas, minha singela autobiografia, que meu eu bandalho não autorizou. Vou aproveitar enquanto estou sóbrio. Não sei se vocês vão gostar, eu achei um porre! Chama-se Pândegas & Galhofas, e conto um pedaço da minha vida sem graça no inicio dos anos 80. Depois conheci a Graça e tudo ficou muito mais bagunçado e alegre! A esculhambação é um estado de espírito que poucos conhecem. 
Aquela panela com arroz mofado dentro do guarda-roupas, o balde com cuecas e meias que estão descansando desde o mês passado, a conta no bar do gringo, só Velho Arteiro e ovo, por aí vai.
A Graça era uma menina pequena, cor de jambo quando nasce, parecida com o Frankenstein, só que sem os parafusos. Mas o que lhe faltava em beleza, sobrava em iniciativa e determinação. Foi ela quem me ensinou a tomar cachaça com Olina e a gostar de Kraftwerk. Descobriu roupas que eu julgava perdidas e até dinheiro atrás da pia da cozinha.
Pena que nosso romance terminou quando ela começou a falar em trazer os pais dela do interior, pra eu conhecê-los, e deixou uma escova de dentes no banheiro.
Mas ficamos amigos. Muito legal! 
Agora lembrei do Seu Pedro, segurança lá do jornal, subindo a escada e a guria da limpeza passou por ele gritando: "Com licença, Seu Pedro, senão vou perder o ônibus!", e o velhote: "Mas como é que vai perder uma coisa daquele tamanho!". 
Vou sestear, depois retornarei. Beijo carinhoso na clavícula de todos e todas.

Dentre tantas propostas da nossa plataforma marítima, uma delas já está concretizada: Meu Veículo, Meu Tormento, que já contempla milhares de bulhufenses que não tem o que comer, mas já tem o seu gastomóvel que lhe comerá por uma perna no IPTU e IPVA. Para fazer parte de vitorioso projeto, vá até om posto grudado perto de você e apresente seu Cadastro Único, o seu tão conhecido CU! Vá conferir mais essa do PCQ, Uma Bulhufas Só Pra Você!

A NATUREZA E NÓS
Nesse domingo bonito, recordava de um show do Bon Jovi, no Parque da Bela Vista, em Lisboa, em que o Jon Bon Jovi parou, de repente, no meio do palco e começou a bater palmas, pausadamente. Em seguida falou: "Cada vez que bato palmas, morre uma criança de fome no mundo!". Aí um portuga gritou, lá no fundo: "Então pára de bater palmas, ó pá!".
Muitas vezes, a nossa maneira de entender algumas coisas nos obriga a calar, para não atrairmos a ira de gente séria, que está aí para salvar a humanidade.
Dia desses levei uma ralhada de uma moça que não gostou de eu ter falado sobre a Ana Paula, a menina que está presa na Russia por se dependurar no mastro de um navio, no Ártico, num protesto contra a exploração de petróleo não-sei-onde.
Mas eu só falei que ela poderia fazer rapel em algum barco aqui em Tramandaí, que nunca seria presa e ainda teria fotos nas capas dos jornais da aldeia, só isso. Fui chamado de insensível às causas humanitárias e porco capitalista desalmado, e que a mocinha está lutando por um mundo melhor para os nossos filhos. Eu acho que sou da época em que as coisas eram feitas por convicção, sem a necessidade da pirotecnia e dos holofotes. Não lembro de ter visto ou ouvido o bom e velho Lutzemberger - Prêmio Nobel Alternativo, sabiam? - se amarrar no alto da chaminé do Gasômetro para salvar a natureza, não lembro mesmo! Acredito que faço mais por um mundo melhor e para os nossos filhos se ajudar, de alguma forma, o Asilo Padre Cacique ou uma das APAEs que estão em ruínas por esse país afora. Não precisa ir ao Ártico para contribuir com o planeta, eu penso. Talvez eu esteja apenas ficando velho e implicante, quem sabe? 
Mas também, que raio de mania que as criaturas tem de te envolverem nas escolhas delas! De uma hora pra outra todo o mundo resolveu me representar. Agora experimenta pedir pra alguém me representar no batizado do filho do vizinho da minha tia ou no velório do finadinho Adamastor - tão bom que era - vê se algum voluntário se apresenta, claro que não, né?
Mas curto muito produtos naturais, livres de Gamexame e agrotóxicos, como a Rosana Jatobá e a Camila Pitanga. A Claudia Leite nem pensar, deve ter soda cáustica, água oxigenada e sabe Deus o que mais!
Bom domingo pra vocês, pequenos e pequenas facínoras. Cuida pra não te passar na cachaça e queimar o churrasco, aí a velha caninana vai te encher o saco e te chamar de borracho até amanhã!
Tiau pra vocês!

OVELHA
Que sábado maravilhoso glorioso salve salve! Sol, espetos ao vento, barrigas com areia e coxas resplandescentes! A primeira cerveja beeeem gelada se faz presente na mão do vizinho que se avizinha pra ajudar no churrasco, a patroa amordaça os sobrinhos do capitão para começar a fazer a maionese com as parceiras de sempre, e a sogra jararaca enche a casa de defeitos e chama o genro de vagabundo.
Em seguida as buzinadas ecoam pela eternidade, anunciando a chegada do cunhado que conta a piada da ovelha e morre de rir. Você sorri amarelo pois além de contar a mesma piada sempre, fila o teu J&B 16 anos e nunca compareceu nem com um King's Command, um encostado! Mas cunhado e sogra sempre vem no pacote. Ainda mais quando tu estás apaixonado, não há muito o que fazer. 
A paixão imbeciliza ao ponto de te fazer botar apelidinhos idiotinhas na futura cônjuge tipo: Pupuquinha, Micuinzinha, Popolina, Migostosinha e outros impublicáveis mas que sabemos como são. Depois de alguns anos de casados o parceiro vira 'esse aqui'. "Tava eu e esse aqui no centro, daí encontramos a...", não é assim? Claro que é.
Mas passei só pra contar a piada da ovelha, ok? O cara entra com uma ovelha, no quarto onde está deitada a esposa, e diz:
- Amor, essa é a vaca com quem eu transo quando tu estás com dor de cabeça!
E a mulher:
- Idiota, não tá vendo que isso é uma ovelha e não uma vaca!
O cara retrucou:
- Idiota é tu! Não vê que estou falando com a ovelha?
Volto logo, farei minhas orações dominicais e Voltarem 75mg.

UMBANDA
Pra quem não sabia, hoje é o Dia Nacional da Umbanda. Em 15 de novembro de 1908, o médium Zélio Fernandino de Moraes recebeu, na Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro, em Niterói, a missão de fundar uma nova religião a partir do pedido da entidade Caboclo das Sete Encruzilhadas. A religião dos ancestrais dos velhos africanos apregoa o trabalho em benefício de todos, independente de cor, raça, credo e condição social, pela prática da caridade e da literatura do Evangelho de Jesus.
Interessante como ninguém divulga coisas importantes assim, não é? Eu, pelo menos acho. Embora não seja um umbandista praticante, admiro o pouco que conheço da Umbanda, assim como de outras religiões que nos cercam. E o pouco saber, a ignorância sobre muitas coisas, costumam revesti-las de lendas infantis que povoam a imaginação desses menos informados.
A Maçonaria - embora seja uma entidade filosófica-filantrópica e não religião ou seita - é o alvo preferido das fantasias populares, pelo sua própria e peculiar discrição durante séculos. Hoje, nem tanto, mas ainda fechada. Não, não sou maçom, mas admiro muito pelos maçons que conheço e o que li sobre ela.
Em pleno século 21, ainda encontramos pessoas com mentes que são como terrenos baldios: volta e meia alguém passa e joga lixo lá dentro. Deveriam ler mais sobre coisas que desconhecem, antes de sair por aí falando muito sobre o que sabem pouco.
Mas mudando de assunto - normal, né? - estou me preparando pra ver Harold & Maude (Ensina-me A Viver), um filme dos anos 70, com trilha de Cat Stevens, uma loucura. Um dos melhores filmes que já vi. Por isso vou vê-lo pela tricentésima quadragésima vez, com a expectativa da primeira vez, ducaraleo! 
Vou comer alguma coisa, volto luego, hasta la vista, beibiii! 

Achei uma foto da Maude com o Harold na garupa da moto, olha só!


ET
Quando estava na clínica, comecei um pequeno jardim com sementes e mudas que eu ganhava de amigos ou furtava de inimigos. Agora estou homiziado num confortável apartamento ao sul de Cafundó, antigo distrito de Bulhufas, agora emancipado.
Anteontem comecei a cultivar um novo jardim, numa área maior de terra, que me permitirá ter uma horta, também. Tenho algumas sementes de bugalhos e supimpas, - que são ótimos temperos - contrabandeadas de Ziquizira, que o traficante de lesmas Oriundo, O Imundo, me traz sob o casaco.
Mas a horta, depois. Agora o jardim, onde plantei uma mudinha de empáfia, que ganhei da simpática ministra Maria do Terço. Do alto de sua soberba humildade lembrou de mim e enviou esse mimo, estou exultante e feliz!
A empáfia deve ficar junto com as aleivosias e picuinhas, mas longe das lascívias e frívolas, que podem contaminá-las com o pólen devasso, aí estarão perdidas, muito cuidado!
As perfídias começarão a brotar em dezembro, no auge da minha campanha eleitoral - que vai de vento em polpa, diga-se de passagem - e já arranquei alguns pés de escroto daninho que nasceram junto aos brotos de minúcias, quase pegando as lascívias, um nojo esses escrotos! Amanhã vou comprar uma máquina de Flit pra pulverizar inseticida neles.
Mas olhem só, ontem vi a foto dos peritos da começão de verdade, enfileirados como cientistas da NASA sob uma lona preta, diante do túmulo do Jango, em mármore negro, réplica da Pietá. 
Se eu não soubesse que a cena era em São Borja, diria que se passava no filme ET, do Spielberg, quando cercam a casa da Drew Barrymore com lona preta, e os caras do FBI e NASA, em macacões brancos, invadem, pegam o ET e dão o fora. Muito parecido, mesmo. Mas não, foi só um dejavú, apenas.
Me perdoem se às vezes brinco com coisas tão fúnebres, mas não dá pra levar a sério algumas situações hilariantes que nos brindam. E levar a vida de forma muito carrancuda não vale a pena, não vamos sair vivos dela, mesmo, não é?
Bom almoço a todos, à tarde voltarei, me aguardem.

OS FILHOS DE CÉSAR
Penso que o cara que escreve novelas deve se sentir um deus, de alguma forma. Vai dando rumo aos acontecimentos de acordo com a aceitação do público, da crítica, que eu não sei como fazem, exatamente, para aferir se o folhetim está agradando ou não.
Amor à Minha Casa, Minha Vida parece uma orgia de cegos: todos excitados, enlouquecidos, mas não encontram orifícios que lhes satisfaçam. Acho que depende muito do que o autor se alimenta e, principalmente, do que fuma ou bebe no decorrer da história.
Talvez recline-se na poltrona, assistindo ao Datena, encharcado de ópio, e pensa: "Hoje estou um bagaço, vou engravidar a Suzana Vieira e descabelar o Palhaço. Ou descabelo a Valdirene e afogo o Palhaço, ainda não sei...".
E nós aqui, torcendo pro Bruno achar uma ninhada de koalas, no lixo, a Elisabeth Savalla chantagear o Alípio Atílio e se transformar numa cafetina tipo delivery, fast-food ou faz-te-fode, para os bagaceiros que nem eu.
Numa dessas ele deve ter acordado com síndrome de coelho e o Antonio Fagundes, apesar da idade, fez filho no elenco inteiro. Se não bastasse, engravidou a Ana Maria Braga e a Banda Calypso. O Bozo escapou porque estava de folga.
Esse cara quer nos enlouquecer! Misturou motivo torpe com bom alvitre e a coisa descambou prum negócio maluco. O César, do jeito que vai, acabará na Expointer, ano que vem. Daqui a pouco vão exumar os restos do pai do César e descobrir que ele foi envenenado pela amante, que ficou grávida do César e não queria que ninguém descobrisse. Aí sim, vai ficar bom!
No capítulo de hoje, o Félix vai matar o cachorro do Lutero e a Nathália Timberg descobre que ele, Félix, queria uma cadela, ora vejam!
Agora chega de conversar sério e vamos nos organizar para o showmício na Esquina Democrática em prol de nossa campanha, entre os convidados Nalva Aguiar e Seu Repertório. Seu Repertório foi o melhor sanfoneiro no último Planeta Lami.
Bom almoço, hoje teremos cabeça de ovelha ensopada e rabada, tudo light. Invenções da nova cozinheira, recém-chegada dos Montes Cárpatos, Romênia. Dizem que ela é ótima em rabada, vamos ver.
Depois da sesta estarei aqui, meus queridos amigos e amigas.

ENFADONHA
Essa palavra me parece alguém cantando um fado maçante enrolado numa fronha, não parece? Que nem 'grandessíssimo'. Quando ouvires essa palavrona, saiba que ela não vem acompanhada de nenhum elogio: aquele grandessíssimo salafrário, aquela grandessíssima vadia, viram como tenho razão? Ninguém diz: aquele grandessíssimo cidadão de bem.
Mas se queres fazer alguém profundamente irritado, ria dele. Se queres fazer alguém descer de sua arrogância petulante primata, gargalhe dele, o efeito é devastador, garanto-lhes. Dependendo do grau de irritabilidade da futura vítima, melhor fazê-lo numa distância segura, para o caso dele querer cobrir-lhe de porrada, o que é muito frequente em tipos assim, que se acham os donos do mundo.
Alguma coisa aprendi na escola, uma delas foi a arte da azucrinação, com mestres no assunto - meus colegas franzinos - que não podiam enfrentar os grandões bonitões. No recreio, faziam um grupinho num canto e ficavam apontando para uma das vítimas e rindo a valer. Rapaiz, o cara se encanzinava e vinha pra cima, mas ai já era tarde, a maldição já estava lançada e o infeliz corria atrás dos azucrinantes mas não conseguia pegar ninguém.
Meu falecido compadre João Telmo era um mestre nisso. Pós graduado no Tibet, com monges azucrinolim, herdeiros dos shaolins.
Numa noite estávamos na frente do CTG Tropilha Crioula, em São Borja, esperando uma brecha para entrar sem pagar no baile, e encostou uma camionete bem na nossa frente e o motorista apontou um 38 pro João Telmo e falou: "Tu te lembra de mim, fiadumaputa?", e o Telmo: "Claro que me lembro, te caguei a pau, semana passada, e ainda te tomei essa bosta desse revólver!". Quase me borrei perna abaixo! Desgraçado! Meu amigo quer morrer e me levar junto, só podia! E o pior, depois da resposta do meu amigo todo mundo desatou a rir e o cara do 38 fez menção de descer e aí formou um bolo e, quando me dei conta estávamos dentro do CTG, bailando. Eu encagaçado, mas bailando ao som de Os Dinâmicos.
Então, a risada é uma arma mortífera, desde que bem manuseada, senão pode se voltar contra ti, é bom treinar antes. Existem boas academias de gargalhadas por aí, todas muito sérias, se é que pode. 
Vou fazer minha logística vespertina - uma vespa libertina - e volto logo pra ouvir o relatório da reunião de hoje, no lançamento da minha candidatura! Masbá, amigos!
Lidiane Azeredo, Andre Viviane Favero, Ivana Azeredo