quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Quando retorno ao mundo real, me superaquece esse atrito com a atmosfera, até chegar ao mar dos meus edredons. Daí demoro mais pra emergir desse leito aconchegante, mas não posso ficar chocando os ovos, vou lá pra fora com meus amiguinhos. Uma das coleguinhas, Dona Isaurinha, está tentando me converter pra religião dela, mas não entendi muito bem, mas comecei a indagá-la sobre o funcionamento do estabelecimento religioso, e me preocupei se for necessário voto de castidade, no caso de minha conversão. Nem que seja conversão de gasolina pra álcool ou gás. Perguntei se poderia terceirizar o voto de castidade, se houver. Se fosse dono de um templo ou igreja, exigiria dos fiéis celibato, voto de castidade, mas poderia ser terceirizado, por exemplo: o Juca fará o voto de castidade por mim e ele não poderá mais ter conjunção carnal com ninguém, nem com a Monique Evans, - se ainda for viva - e eu estou liberado, com o voto de castidade validado e terceirizado. Claro que isso envolve uma certa quantia da vil pecúnia, ou seja, rola grana pro pastor e pro Juca, coitado, que não terá relações nem com a cabrita da novela da sete! Não sei se a Dona Isaurinha entendeu o que eu falei, mas ficou com o pensamento lááá longe! Mas, mudando de assunto, eu não sou cleptomaníaco, aliás, hipocondríaco, não, não, quis dizer hipócrita! Cleptomaníaco é fã do Eric Clapton. Mas, enfim, costumo ser franco, na medida do possível, principalmente em papos com o meu filho, o Lobo. E contei a ele que, em idos de 1976, eu estudava em Santa Maria, no Colégio Santa Maria, marista. Adorava botar bitucas de cigarro entre os dedos da estátua do Champagnat, no meio do laguinho. Então estávamos descobrindo os prazeres da cannabis, mas o maior problema era o papel. Não havia, e chegar três moleques num boteco e pedir Colomy era atestar o delito. Eis que, numa bela tarde de outono, estávamos em alegre e saltitande bando, na casa de um amigo que morava com a avó e a irmã. Que estavam viajando! Como se fosse dono da casa, procurava seda, papel, por tudo até que entrei no quarto da avó do Tarugo e avistei-o, brilhante, como a me chamar: o Evangelho Novo Testamento! Meu Deus! As folhinhas fininhas, delicadas, um mimo! Foi nosso grande achado daquela época. A pobre da velhinha nem sentiu o sumiço do Sagrado Livro. Por isso tenho muitos pecados, eu pecador de mim! Boa janta!

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