quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Hoje acordei mais cedo, joguei shoyu no trigo e fiz uma agradável refeição com meus coleguinhas da clínica. O Ovolmatine do Seu Hermínio estava delicioso, pelo ruído e Dona Vilma continua surda, ouvidos moucos. Os roucos tem ouvidos moucos e, aos poucos, vão se tornando loucos. Ontem ouvi uma coisa na rádio - vocês não se importam de eu falar "na rádio", né? - que fiquei entorpecido, embasbacado, abismado: o Forlan, jogador do Internacional ganha oitocentos mil por mês! Acompanho futebol meio de longe, mas não ao ponto de achar natural um cara ganhar esse dinheiro todo pra chutar uma bola e tentar fazer gols, que é enfiar, com o pé, a bola pra dentro daquele retângulo lá no fundo. Claro, é uma empresa privada que ganha alguma grana federal, estadual ou municipal, talvez. Aí um médico reclama que ganha pouco e chamam o cara de mercenário, explorador e coisas menos nobres. E são os mesmos que pagam pra ver esses garotos de ouro, no estádio. Sim, sei que a coisa não é tão simples assim. Mas a coisa poderia ser mais justa com o proletariado, não é mesmo? Que coisa! Já imaginou uma manchete "Professor de Geografia Hemis Pherio, contratado por U$ 20 mi pela Escola Fundamental São Borja" ou "Alunos esperam o recém-contratado professor de História, Esphinge Nublo, no aeroporto!". Ou ainda "MEC reavalia possibilidade de mais uma rodada de provas no ensino médio. Colégio Maria Aparecida continua líder absoluto". É um chiste, uma pândega, mas até o telefone e o computador já foram motivos de riso, quem sabe, hein, quem sabe? Sempre ouço dizerem "a esmagadora maioria" e nunca "a minúscula minoria" ou "requintes de crueldade" e não "requintes de delicadeza!", e a gente é propenso à desgraça, quer ver? Um amigo meu, o Antono Carlos Niederauer, figuraça, me encontra no Porta Larga tomando uma guampa de canha e, com uma cara triste me fala: "Visitei, há pouco, o filho de uma amigo, no hospital. Careca, sem os dentes, se urinando, nem consegue falar!" perguntei-lhe: "É câncer?" e ele: "Não, nasceu ontem, bobalhão, rararara!". Tive que rir junto, é claro! Bom almoço, meninos e meninas!

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