terça-feira, 27 de agosto de 2013

E põe domingo preguiçolento, hoje. Dormi além do que devia, voltei tarde da festa de aniversário do meu filho, o Lobo, que estava bombando, lá revi muita gente que nem lembrava. Reconhecendo naquelas caras adultas alguma coisa infantil, que era o que eu tinha arquivado na memória, algumas carinhas da escola, outras da vizinhança, que começam a tomar nova forma nas minhas lembranças. Vamos atualizar a galeria dos rostos. Um dos rapazes lembrou quando fomos até o São Miguel e Almas - ele, o Lobinho e eu - eles tinham uns oito anos e queriam saber como era um velório. Aí fomos lá, entramos em algumas capelas e cumprimentamos os entes queridos, olhamos os cadáveres, aquela choradeira e tal, depois fomos embora, eles encantados com aquela novidade: a morte de perto! Comi bolo de abacaxi com velinhas e tudo. Comi muito bolo de abacaxi e glacê com nata, uau! Ficou estranho eu dizer ali "comi bolo de abacaxi com velinhas e tudo", não, não, as velinhas, não. Tudo muito bom, né Cristina Barreira? Falar nisso, lembrei do velório do pai dos Irmãos Metralha, dois elementos de espécie desconfiável, aprendizes de delinquentes que moravam com a mãe, uma senhora decente e sofrida, que já havia desistido de recuperá-los. Quem morou ou mora ali pela General Caldwel com a Nunes Machado ou Érico Veríssimo deve tê-los conhecido, um deles morreu esfaqueado a tiros por traficantes, há pouco. Acontece que o pai deles usava perna mecânica e durante o velório houve atrito entre a mãe e os dois filhos, que achavam um absurdo enterrar o velho com a perna mecânica se ela poderia render uma boa grana no mercado negro! No final, prevaleceu a vontade da viúva e o cidadão levou a perna mecânica para a cidade dos pés-juntos, é mole? Bom, vou carregar a bateria do meu tamagóchi e voltarei depois. Hoje não vou sestear senão não durmo à noite. Sempre tenho um estoque de sono guardado numa gavetinha pra alguma eventualidade. Sou um preguiçoso prevenido! Tiau Zinho!

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