segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Desconstruir e reconstruir. Parece fácil, mas não é. Tenho feito isso quase todo o dia, como se fosse uma bela figura, composta de pedras de dominó coloridas, empilhadas, que vou desconstruindo, cuidadosamente, uma a uma. Não desmontando, não demolindo. Desconstruindo, somente. Não é um processo doloroso, não; é um processo surpreendentemente delicioso, agradável, e descubro que a reconstrução é sempre melhor do que o original, acreditem. Um ótimo exercício para a paciência e humildade. Não a humildade subserviente, de joelhos, mas a humildade de ouvir e aprender com aqueles que julgamos abaixo do nosso trono, do eu superior, de nós, senhores de raios e trovões. Às vezes descobrimos coisas demolidas por outros, aí precisaremos de mais atenção, achar algumas peças extraviadas para, então, reconstruir uma coisa que nem lembramos da forma, um belo desafio. Se fosse fácil que graça teria, não é? Mudando de assunto abruptamente, pra variar, descubro, após acordar de um sono provocado pela maçã, que me foi alcançada pela bruxa do setenta e um - acordei ao ser beijado pela Henriqueta Brieba - e descubro que vivo em um país laico! Meu Deus, sou laico! Não deve ser coisa boa: "Sai daqui, seu laico duma figa desgraçado!", talvez seja primo do alcaide: "Mas é bem alcaide, esse infeliz!", mas o que fazer? Agora que sou laico posso tocar meu ventrículo de oito cordas, enquanto as moribundas rebolam suas anatomias abundantes! Ah, as moribundas do norte da Moribunia exalam um perfume delicioso de escalopinho silvestre, dançando até o sacripanta do templo de Bornay, O Pimpão, tocar o cachalote da nave principal, encerrando os trabalhos. Um carinhoso beijo no esterno de todos vocês, boa janta!

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