sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Dia morno, agradável, minha cabeça oscila sobre o pescoço como um bilboquê. Acho que pesa muito e preciso fazer exercícios pra fortalecer a musculatura pescoçal, quem sabe. Se soubesse onde está a Ivoneide, aquela minha namorada dos anos 70, iria chamá-la pra me fazer massagem nuclear, na nuca. Pra quem não acompanha minhas aventuras periódicas, a Ivoneide - carinhosamente Neide - era garçonete de uma lancheria na Otávio Rocha e, entre um prensado e outro, minha namorada. Fazia uma massagem no pescoço de dormir sentado e seu cheiro eterno de gordura não era tão, assim, ruim, sabe? Depois ela me trocou pelo dono da lancheria e ele me botou a correr, e perdi meu prensado gratuito que ganhava depois da aula, no Colégio Mauá, Doutor Flores, 220. Isso em 1977, eu morava na pensão da Tia Moza, na Cristóvão quase com a Barros Cassal, onde hoje é um baita prédio. E o Mauá era um covil de feras, um mais brilhante que o outro: Régis e Sergius Gonzaga, Menegotto, Edison de Oliveira, Beleza, Luzzato, Paulo Simões, Emílio Ripoll e o mais doido deles: Carlos Alberto Gianotti! Esse era muito engraçado, debochado e a gente prestava a atenção na aula dele, que era Física, acreditem! Ontem falei no meu amigo Hilton Marchiori, o Pilly, pois fomos, modestamente falando, os responsáveis por algumas das grandes atrocidades ocorridas no século passado, como urinar no aquário da Dona Docíla, porteira do edifício do Alemão e parar o trânsito por quase duas horas na Santo Antonio, numa bêbada madrugada de sábado. Ficamos apanhando um tempão duns caras parrudos que desafiamos, e eles nos encheram de bolachas. Caí sobre umas plantas Coroa de Cristo, num jardim e fiquei com a bunda cheia de espinhos. Eu lia Malagueta, Perus e Bacanaço, do João Antonio e descobria Fausto Wolff com O Acrobata Pede Desculpas e Cai. E passava de ano, por increça que parível! Não esqueci que lhes devo A Morte do Autorama, queridos ouvintes. Bom almoço a todos, se almoçarem em algum faz-te-fode - fast-food - cuida pra ninguém espirrar na comida, sabe como é...

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