segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Dia dos Pais, hoje. Sensibilizado com o texto de Lobo pra mim, me emocionei. Nada que fosse encharcar lenços ou lençóis, ou me deixar ranhento. Apenas emocionante, apenas inesquecível pra eu carregar dentro de um porta-jóias na minha alma. Mas não falei sobre meus dois pais: o Cyro, meu padrasto e Beltrão, meu pai. Um dia falei pro Beltrão que eu queria ser milionário, ele me mandou estudar e trabalhar pra isso acontecer e respondi que era ele quem deveria trabalhar, eu queria herdar tudo! Ele rosnou alguma coisa entredentes e encerrou o assunto. Sargento do Exército, Beltrão separou-se da Norma, minha mãe normal e transferiu-se pra Amambai, Mato Grosso. Ficamos sem nos ver por anos. A Norma acho que foi a primeira mulher a se desquitar em São Borja, 1970. Imaginem a barra que foi pra Norma, isso. Aí ela se ajuntou em regime de concubinato ou, como se chamava maldosa e pejorativamente naqueles tempos, se amasiou com meu padrasto, o Cyro. Ela poderia ser a padroeira das desquitadas ou divorciadas ou deixadas, sei lá. E nesse tumulto de desquite e recasamento de minha mãe, nunca sofri buiylling ou discriminação por quem quer que seja. Se houve, nunca percebi. Nem a psicólogo precisei ir, vejam que coisa! Tanto o Cyro e o Beltrão, cada um a seu modo, me formaram, me mostraram caminhos, me auxiliaram, me fizeram entender que paz de espírito e coração sossegado, independem de grana. Que se conquista pessoas chamando-as pelo nome e respeitando-as, coisa que dinheiro nenhum no mundo consegue fazer. Grana é pra pagar contas, que existirão pra te dar conforto, não ornamentos. Enfim, sinto falta deles, devem estar em grandes papos lá por cima, pegando anjas no colo e mateando com algum querubim gaudério. Boa semana, amigos e amigas.

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