segunda-feira, 7 de outubro de 2013

PENSÃO DA MORENA
São tantas recordações - parece música do RC - que me envolvem quando converso com meus amigos de tantos anos, da época da pensão da Morena, em Santa Maria, 75, 76. Era uma turma de insanos! Uma vez fomos a uma festa na casa de uma mulher apelidada de Kiki Blanche - por causa da novela Locomotivas - que tinha umas dez filhas e queria empurrar as donzelas pra quem estivesse meio desprevenido. 
Rudimar Riesgo, Ita, Gordo Sérgio, Rudimar Weiss, o Bode, e mais uma galera infernal. Eu fiz um monumental fiasco ao ficar acanhado - cheio de canha - e quebrar, a socos, um guarda-roupas e vomitar numa cama não sei de quem, num quarto cheio de meninas que redemoinhavam na porta, gritando de toda a goela, num berreiro alucinante, parecia o bochincho do Jayme Caetano Braun, um encanto!
Não satisfeito, enfiei o pé na porta do banheiro e me deparei com o Chateado no vaso, largando um creme na louça. 
Leoni, o Chateado, estava sempre com chatos, aqueles bichinhos que proliferam nas partes íntimas do indivíduo. A forma mais eficaz de exterminá-los é com cachaça e areia. Põe ambos no local afetado pelas demoníacas criaturinhas, que se embebedarão e se matarão a pedradas.
Adentrei, peremptoriamente, no banheiro ocupado e urinei na pia. De porta aberta. Até hoje não sei como saímos vivos daquela encrenca! Sem um arranhão, acreditem!
Depois fiquei ouvindo sermão dos meus amiguinhos durante meses! Pô, caras chatos, não posso nem me divertir, bando de seminaristas arrependidos. Pensei em parar de andar com essas companhias.
Outra foi o episódio da champanhe do Seu Alcides, o Abutre, marido da Morena, que era a cara do vilão do Homem-Aranha. As geladeiras eram todas com cadeado, mas conseguimos fazer uma cópia da chave da que o Alcides guardava champanhe, pra quando o Grêmio fosse campeão brasileiro, acho. O Nilton Wurfel, Rudimar, Josemar Riesgo, Orion Marques, eu e mais outros que não lembro, numa madrugada, antes de viajarmos pra São Borja, já visivelmente embriagados - que horror as coisas que essa turma me obrigava a fazer, ó céus - acabamos com a futura alegria do Abutre e seu espumante. No outro ano ano, quando voltamos precisamos dar explicações, aquelas coisas de rotina.
O Josemar lembrou que o Quaraí Pujol, certa vez, grampeou o travesseiro do companheiro de quarto no lençol, no cobertor, até na cama, eu acho. O cara chegou, na madrugada, com visíveis sinais de embriaguez, não conseguia se tapar, e os bandalhos rindo no lado de fora do quarto!
Minha nossa, vou me recolher, senão vou até de manhã contando os causos dos dementes dos meus amigos.
Fui, tiau e boa quinta-feira pra todos e todas.

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