sexta-feira, 4 de outubro de 2013

MIORIDADE
Bom dia, queridos ouvintes e outrintas! Hoje é um dia especial para comemorarmos ao velho estilo uísque cowboy e um cigarro de palha de milho seca, amaciada com aquela faquinha de capar gatos, que foi do meu falecido Tio Demêncio. 
Hoje é o Dia do Idoso, pra quem não sabia ou só está se fazendo de bocó. Era bom que fosse todo o dia, se é que alguém sabe como comemorar a data. Um pouco mais de respeito já estaria de bom tamanho. Junte, num ser humano, falta de educação, boçalidade, arrogância e misture bem com a pá da insensibilidade e teremos o padrão médio de comportamento de boa parte de nossa linda e bela sociedade, em relação ao idoso ou outro cidadão qualquer.
Um dia fiquei sentado num banco, no Parcão, esperando Maria Cristina, que estava no sacamuelas - dentista, em castelhano - e vejo um camionetão desses importados, estacionar exatamente numa vaga para idoso. Dele descem três guris estilo boné de aba virada, estilosos, e uma baranga gordinha com uma calça branca justíssima, de listras verticais azuis, parecia o Obelix. Fiquei admirado com a cara-de-pau do sujeito fazer aquilo, duvido que ele não visse o baita sinal marcando a vaga especial!
O quarteto sentou nos bancos ao meu lado e ficaram jogando conversa fora. Atravessei a 24 de Outubro, falei com o azulzinho da hora e fui tomar um café, observando o desenrolar dos acontecimentos. 
Acreditem, o azulzinho demorou pra convencer o réptil desaforado de que ele tinha que tirar o carro dali. Não sei o que conversaram, mas que argumento o cidadão poderia usar pra justificar aquilo? Que era filho de autoridade? Esperava a mãe, que fazia favor por dinheiro pra angariar fundos pra comprar uma carro novo? Ou ele tinha acabado de comprar o mundo e ainda não tinha o recibo divino? Talvez fosse um dos tantos enviadinhos pra nos salvar e, por isso, podem tudo, quem sabe?
Bem, finalmente ele tirou a porcaria da caçamba dali e foram, alegres, ao encontro de sua manada. É lamentável, mas coisas como essa não são raras. É a lei do primeiro eu e o resto que se foda. Dane-se, o meu tá garantido! 
Vamos fundar o Partido do Idoso, o PI, 3,1416, que lutará contra a gerontofobia e trazer mais geroafetivos pra pagar o rabo-de-galo e o cachorro-quente da Confraria do Cachorro Quente!
Quase esqueço do título, pessoal! Quando conheci Mônica Sosnoski, ela apresentou-se como Monica Amyor. E eu, achando que fosse sobrenome, perguntei-lhe qual era a descendência de tão lindo sobrenome, e ela:
- Não é sobrenome, é um adjetivo, pois sou a mior de todas!
Então ficou mioridade, ou seja, a melhor idade, quer dizer que, olha, bá!
Deus Nosso Senhor me deu paciência e tolerância para suportar coisas assim.
Até depois, geroafetivos e gerofóbicos.

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