quarta-feira, 3 de julho de 2013

O mundo em protesto e eu aqui, com as pupadas dilatilas, ou melhor, pupilas dilatadas. Mas ainda ouço mais ou menos, confundo coisa do tipo "Pendorou a roupa?", "Não, ainda não provei a sopa!". Um pouco abobamento meu, um pouco surdez, mesmo.
Nossos heróis, Drácula, Lobisomem e Frankenstein, do alto das masmorras, divertem-se observando a agitação dos aldeões e seus archotes ao redor do castelo. Como todo nobre que se preze, Drácula dispõe de um exército composto de deputados e encenadores. Quando se misturam à multidão, deputando e encenando, semeiam a discórdia e a desconfiança entre a plebe. Não raro auxiliados pelos calhordas e crápulas, subalternos oriundos das regiões de Roubaldo e Catarro e treinados para o confronto direto com a plebe. Atacam com uma meleca esverdeada que causa vômitos e febres nas vítimas. Os aldeões defendem-se com balas de borracho. Balas para curar bebedeiras. Esse artefato, se jogado com violência, fragmenta-se e libera Creolina, fatal para os crápulas e calhordas. Ontem, dois crápulas e três calhordas foram alvejados com balas de borracho com Creolina. Ficaram alvinhos, alvinhos! E o tradicional campeonato de Paraquieto está agendado pra ano que vem, está em cima! Com essa bagunça, sei não! Paraquieto é um esporte que consiste em uma arena circular com dois contendores. Um deles, munido de um bastão de fêmur de bochinchão, um jumento escarlate da região, tenta acertar a cabeça do outro e tem quinze minutos pra isso. Se não acertar, quem vence é a provável vítima. A queda de braço entre Drácula & Amigos não está definida. De hora em hora o arauto oficial, Carvão Ameno, manterá todos informados. As deputices e encenações fizeram um pequeno estrago nas fileiras da plebe, mas nada preocupante. E o Frankenstein ganhou de amigos Malenzuela, farto carregamento de Ovomaltine! Lobisomem, sexta, lua cheia, vai uivar na balada do amigo Lupércio, nos Cárpatos. E a esculhambação continua e o populacho ruge! Tiaw, amiguinhos!

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