segunda-feira, 8 de julho de 2013

Ana Maria me levou ao Clínicas pro oftalmologista dar uma olhada na minha Síndrome de Harada. É uma síndrome que, quando se manifesta, vai te deixando cego e surdo, uma raridade! Quando isso acontece, me entopem de corticóide. Mas tá tudo bem. Não tenho câncer nem HIV, o que já é um alento. Já pensei em retocar minhas radiografias no fotoshop, pode ser que eu melhore, quem sabe! Acho que estou ficando mal-acostumado aqui na clínica com Maria Cristina me cuidando, cheio de mordomias. Hoje à tarde voltei ao meu esporte predileto: jogar bolotas de papel com borrachinha, nas cozinheiras do outro lado do pátio. Derrubei um tupperware e um copo plástico. Tô ficando bom de mira. Já tomei uma ralhada da enfermeira, uma senhora enorme, ameaçadora - ela rosna - mas justa. Só me tirou as borrachinhas (não são mulheres baixinhas bêbadas) e mandou eu me acomodar. Tentei me deprimir pra sossegar mas não consegui, nem ouvindo Coração de Luto. O Gilnei falou que estou reinventando o Denorex. Meu amigo Kau fez uma ponta no filme Coração de Luto, era o coroinha do casamento do Teixeirinha e Mary. Um piazote de uns 16 anos, com umas baita orelhas grudadas na cabeça, parecia um Fenemê de portas abertas. Agora tá mais bonito, até, hein, Antonio Carlos Costa Machado! Lembrei de uma historinha fraquinha, mas vocês não escaparão dela! A professora da terceira série tentava vender pra turminha, a clássica foto do grupo de aluninhos: "Comprem a foto, queridos, imaginem daqui alguns anos vocês mostrando pros amigos: olha aqui o Julinho, hoje é dentista, olha ali a Denise, hoje é médica...", aí uma vozinha lá do fundo gritou: "Olha aqui a professora! Já morreu!". Não achei o pijama do Mickey, vesti o do Pateta, combina mais comigo. Depois eu volto pra encher o saco de vocês.

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