quarta-feira, 17 de julho de 2013

Pois olha, não sou de meter meu bedelho - bedelho é a mesma coisa que nariz, procurei no wikikoisa, aqui - em ideologias religiosas ou políticas; tenho amigos que pensam, radicalmente, o oposto do que penso e nem por isso deixam de ser meus amigos. Mas achei um negocio bizarro a idéia de espalhar cocô de rinoceronte na frente da RBS. Se os idealizadores do ato imaginavam que os donos ou os altos executivos do Grupo fossem descer com vassouras, baldes e esfregões pra limpar a esbórnia, ficaram frustrados. Sobrou, como sempre, pra peonada, para os faxineiros e faxineiras organizar e limpar a triste manifestação fecal. Para o proletariado, submisso ao tacão do capitalismo espúrio, sobrou a faxina. Fazer o quê, né? Estamos numa democracia e todos tem o direito de bradar seu libelo da forma que bem entenderem. Ou que mal entenderem. Essa coisa toda envolvendo cocô de cabrito me lembrou a história de dois amigos que morreram e se encontraram na recepção do Purgatório, pra efetuar seus check-ins. A recepcionista angelical, com enormes olhos azuis, lindíssima, apesar do estranho rabo inquieto que enrolava-se na perna da cadeira, explicava-lhes que ambos iriam para o Inferno, no sentido literal da expressão. Porém, poderiam optar: Inferno Brasileiro ou Inferno Inglês. Em qualquer um deles, teriam uma vida normal e tranquila mas - sempre tem um mas - ao final da tarde, um capeta-estafeta entregaria uma lata de Cera Parquetina cheia de cocô que eles deveriam comer. O primeiro, nacionalista, decidiu pelo Inferno Brasileiro e o outro, farto da bagunça da terra natal, optou pelo Inferno Inglês, lá deve ser mais organizado. E assim foi. Passado um tempo, encontraram-se numa conexão e bateram um papo:
- E aí, como é que tá o Inferno Inglês?
- Ah, uma beleza, tudo funciona matematicamente correto e cronometrado, mas cai a noite lá vem o capeta-estafeta com a lata de Cera Parquetina cheinha de merda e fica ali, esperando eu comer até o fim. E tu?
- Bá, melhor que tu!
- Mas ué? Não tem que comer merda, lá no Inferno Brasileiro?
- Ter tinha. Mas é o Inferno Brasileiro: tem dias que falta cocô, outros dias o capeta-estafeta toca-lhe atestado, às vezes falta lata de Parquetina, e assim vamu!
Boas Noites, queridos e queridas amiguinhos!

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