sábado, 9 de novembro de 2013

PONTES
Ontem à tarde recebi, em mãos, o livro O Sapato do Pirata, gentilmente enviado pelo próprio autor, Leo Iolovitch, com dedicatória e tudo. Me foi tomado destas mãos que a terra há de comer pela minha genitora, a Norma, e ainda não devolvido. Obrigado, meu amigo, pelo precioso presente. A Norma também agradece.
Hoje, meu amigo Alexandre Froemming me visitou, e lembramos grandes aventuras em território samborjense e outras, em Porto Alegre. 
Voltava do jornal numa madrugada, cansado, cabisbaixo, quando chego diante da escadaria do Edifício Portal, na Duque com a Jerônimo Coelho, escuto gaitadas e gritos de felicidade! Nas escadas, pulavam de felicidade Nico Patrola e o Pacu, amiguinhos samborjenses que não entendi de onde surgiram. Não demorou muito obtive resposta: desce de um flamante Del Rey - modelo recém-lançado - o Miro Beladona e conta que achou o Pacu na estrada, perto de Santa Maria, e o Nico Patrola trouxe junto de São Borja mesmo, que queria visitar a namorada em Porto Alegre. 
Perguntei: e eu com isso? Mas o Miro não me deu muita conversa e zarpou com a Ana Paula, no Del Rey, pra Santa Catarina. Enquanto o elevador subia até o 803, eu pensava em como fazer pra acalmar os dois dementes, que gritavam de alegria por me encontrarem, pois o plano B seria dormirem na rua, se eu não aparecesse.
O Pacu, grudado num Velho Barreiro, gritava e me abraçava e o Nico raspava uma panela de carreteiro de anteontem, num barulho infernal.
Eis que surge, salvador, como um anjo do Senhor, o Julio Cabeção Sasso, que acompanhou de longe o evento, pois a Mônica, namorada dele, morava no prédio em frente, nossos apês de frente. E foi ele quem pegou os dois e saíram porta afora, para um passeio da carro, voltando horas depois com os meninos estabanados quase dormindo. Um alivio. Te devo essa até hoje, Julio. Nem perguntei o que ele fez pra acalmar os dois.
Pela manhã o Nico se foi à namorada e o Pacu, sem conhecer nada nem ninguém, ficou encerrado no apartamento quando fui trabalhar. Debruçado na janela, via os carros, o movimento, e o Julio, do apartamento da Mônica, gritava: "Pacuuuuu! Pacuuu!", e o Pacu procurava e procurava e não via ninguém. Aí o Julio resolveu se mostrar, senão o cara ia se jogar lá de cima, era um grande risco.
Durante a semana juntamos grana pra devolver o Pacu pra São Borja. Ufa!
Meus amiguinhos malucos inesquecíveis. 
Vou-me aos lençóis de linho egípcio e aos braços da poltrona inglesa que me aguarda.
Até amanhã, facínoras, preciso me movimentar um pouco, nem que seja com os olhos, óleos. 
Abracinhos pra todos, o sono me pegou. Tô sorto de mono. Tiamanhã.
Rafael Sasso

Nenhum comentário:

Postar um comentário