sábado, 9 de novembro de 2013

DIA DOS MORTOS
Primeira coisa que fiz ao acordar com o meu cachorro, o Nique, lambendo minha mão, foi agradecer aos céus por estar vivo. Meio esburacado, mas vivinho da silva. Graças às minhas anjas da guarda Maria Cristina e Ana Maria estou aqui, alegrinho e sorridente. Hoje é o dia para relembrar a turma que já desembarcou na outra dimensão.
E alguns desses amigos é impossível relembrar sem misturá-los em alguma aventura insólita.
Numa bela madrugada, o apartamento 803, da Duque de Caxias com Jerônimo Coelho, estava animadíssimo, Hilton Marchiori, o Capincho, preparava um carreteiro de charque; o Sarico e o Dadinho faziam sala para duas amiguinhas da Libelu, que conseguimos atrair do bar Estudantil para o nosso covil, com promessa de cachaças e comidas exóticas. E o carreteiro do Capincho tornara-se uma comida exótica às duas da manhã, misturado com Velho Arteiro. Mas a surda preocupação de todos é que as ativistas libelunianas eram insuficientes para os quatro dementes, e a cachaça já estava no fim. 
De repente, não mais que de repente, o Dadinho Eduardo Martinez começou a sentir-se mal e vomitou e ficou pálido e achamos que ele iria morrer ali mesmo. O pânico alastrou-se entre os borrachos! E o Dadinho-quase-cadáver deitado com seus 1,90m na minha cama com os pés pra fora delirando, gemendo feito moribundo. Aí começamos a nos preparar pro pior: e se ele morrer, onde vamos esconder o cadáver? Puxa vida, vamos ter que esquartejar o nosso amigo a jogar na lixeira, um pedaço em cada andar. Se fosse o Saquinho, que tem 1,50m, enfiava o defunto numa sacolinha de supermercado e estava resolvido, pronto. Tudo isso passava pela nossa cabeça, juro! As libeluetes saíram de fininho e nos deixaram com o aquele problema gigante.
Lá pelas quatro da manhã o moribundo abriu os olhos: quem sou? Onde estou? Ouço vozes! O Capincho ficou enfurecido pois o Dadinho não morreu e, ainda por cima, estragou nossa festa com as meninas revolucionárias!
Saudades do Capincho. 
Vou almoçar uma bóia esperta que me aguarda, sobre a mesa. Sobremesa, maracujá! Já comeste maracujá? Mara, não!

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