domingo, 16 de junho de 2013


Sorry, parceiros, estou meio lento, acho que os remédios pra dor na minha linda artrose me deixaram fora da órbita habitual. Aquelas coisas de doente, sabem? Aí começo a perambular pela imensa casa da minha alma, abrindo portas e gavetas dos meus armários emocionais e viajar no passado. Abro uma porta pesada e empoeirada e entro na sala com janelas semicerradas, meio penumbra, e reencontro a caixa de pés-na-bunda que tinha remexido esses dias. Tem pés-na-bunda de tênis, de salto dez, de rasteirinhas e lembro das donas de todos eles! Algumas me deixaram de porre por algumas semanas, outras nem tanto. Num canto, pacotes rasgados de carinho e afetos que nem cheguei a usar, jazem quase intactos no esquecimento. Tento segurar um conselho novinho, na prateleira do armário escuro, mas ele se desmancha na minha mão. As angústias estão organizadas em escaninhos metafóricos, perto da porta, todas desgastadas pelo uso e pelo tempo. Acho que usei demais. Melhor sair daqui. À esquerda, no final do corredor, uma porta azul descascada chama a minha atenção e entro num quarto iluminado, no meio uma enorme cama coberta com amores antigos em forma de retalhos, costurados numa colcha colorida. Ficou bonita a colcha e me lembro de todos, retalho por retalho. Pequenas decepções ornamentam as paredes, Todas cinzentas, tristes, que eu mesmo esbocei antes de colocar nas molduras, nem sei pra quê guardei isso! Vou sair daqui, não gosto muito dessas visitas ocasionais embora, quase sempre, encontre algumas respostas para as milhares de perguntas que azucrinam meu cerebrozinho. Ah, ali é a saída! Que coisa, a saída sempre muda de lugar. Só falta eu me perder dentro de mim mesmo, rarara!
Boa Noite, amiguinhos, domingo promete ser ótimo!

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