sexta-feira, 14 de junho de 2013

Estava recordando as história infantis da minha época, que estão banidas da vida das crianças de hoje, pois são politicamente incorretas. Ali Babá e os 40 ladrões, por exemplo, é uma história hedionda, de roubo e traição - nada que não se veja na novela das nove - e culmina com a escrava de Ali Babá, Morgana, matando os 40 ladrões, derramando óleo fervente nos potes de barro onde estavam escondidos. E Ali Babá tinha uma escrava! João e Maria nem se fala! Os pais saem com as crianças para a floresta, com a intenção de extraviá-las no mato, pois não tinham o que comer. O Gato de Botas é um competente estelionatário, que mente pra seu dono se dar bem. E ele se dá. O Pequeno Polegar sofre bullyng dos irmãos por ser baixinho. Chapeuzinho Vermelho é explorada pelos pais, que mandam levar remédios e comida pra vovó, no meio da floresta. Que filhos deixam uma velha sozinha e doente no meio do mato, onde tem um lobo à solta? E idiota, pois não consegue ver diferença entre a vovó e o lobo de óculos e touca. Hoje, se fossemos contar essas fábulas, seriam readaptadas. Os pais de João e Maria receberiam Bolsa Família e não precisariam se desfazer das crianças. O Pequeno Polegar seria encaminhado para um Programa de Inclusão Social, que o realocaria ao mercado de trabalho. Os caçadores que matam o lobo seriam presos por abater animal silvestre, e Chapeuzinho vai parar no Conselho Tutelar. Ali Babá seria preso por manter trabalho escravo em casa, e Morgana é processada por eliminar 40 cidadãos de forma cruel. Responderá o processo em liberdade, pois tem residência fixa e não tem antecedentes. Viu como até pra contar uma historinha tu corre o risco de ser enquadrado? Buenas Noches, tigrada!

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