sábado, 29 de junho de 2013

Falava com um primo meu que trabalha com congelados - leia-se IML - e curte esse negócio de reencarnação, regressão, essas coisas. Uma dúvida cruel que me assolava era a de por quê, quando a gente procura saber quem fomos em vidas anteriores, nunca dá um escravo, um guarda-livros, um datilógrafo ou um eunuco. Fomos sempre um faraó, a Cleópatra, César, O Imperador, Lucrécia Bórgia ou Gregório Fortunato. Todos que conheço e foram atrás de seus corpos físicos passados, sempre deu personagens importantes, aí eu fico meio desconfiado da veracidade dos métodos e dos estudiosos que chegam a essas conclusões. Acho que a maioria não quer saber que foi um reles cozinheiro, uma prostituta ou um simples peão de estância, as vaidades, então, são saciadas pelos regressólogos, vamos dizer assim, que respondem, brindando o cliente com altos postos e heróicos personagens virtuais. Para não frustar grandes expectativas e a criatura sair dali feliz, de peito estufado, contando pra todo mundo que foi Alexandre, O Grande, o regressólogo inventa alguém poderoso, capicci? Posso estar falando grandes asneiras, mas é o que me parece, gente! Eu, por exemplo, dentre tantas coisas em vidas passadas, devo ter sido um faxineiro de estábulos, uma meretriz romana, um bobo da corte que foi decapitado por uma piadinha sobre a princesa Edilene e, na derradeira encarnação, um bem sucedido ladrão de cavalos durante a Revolução de 1835. Que belo passado, viu? O presente prefiro não comentar! Falando em passado, agora me deu saudades da goma arábica, lembram? Aquela merda grudava em tudo, menos onde tu queria! Aí apareceu a Tenaz, cola branca com um bico que impedia o holocausto causado pela goma arábica. A calça de brim Coringa e Conga ou Bamba, mais sofisticado. E a minha namoradinha Dulcinéia, que não sabia que era minha namorada, mas um dia saberia, ah, saberia. Aí acordamos adultos, atrasados pro trabalho e lembrando que hoje vence o aluguel e aquela aumento que o chefe prometeu, até agora nada! E vamos senão perco o ônibus! C'est La Vie, como diriam Emerson, Lake & Palmer. Bye.

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