terça-feira, 11 de junho de 2013


O Kau pediu pra eu contar a história de Serafim, o Anão de Jardim. Tentarei ser breve pra não tomar seu precioso tempo. Era novembro de 1988, eu trabalhava na ZH e morava na Visconde do Herval quase com a Nunes Machado. Saía do jornal e vinha pela Érico Veríssimo e entrava na Barão do Triunfo, à esquerda. Logo em seguida tinha uma casa estilo anos 60, bem judiada, onde moravam duas velhinhas. Era meio escura, na frente uma capelinha e um anão, quase escondidos pelos arbustos, tudo muito mal cuidado. Comecei a ficar com pena do anãozinho, sem pintura, meio rachado, pobrecito. Pensava seriamente em furtá-lo, me tornar um criminoso, um punguista, e comentei com a Ana Maria a minha intenção que ela, imediatamente, rejeitou. Imagina, roubar um anão de jardim! Mas aos poucos fui minando sua resistência, até que um dia pegamos a camionete e partimos pro crime, rarara! Ana ficou ao volante e eu, intrépido, entrei pelo portãozinho da casa em direção ao meu obscuro objeto de desejo, o anão! Me ocorreu se o boneco estivesse chumbado, eu nunca vi o bicho se mover, mudar de lugar, ir no boteco tomar um goró, sei lá. Mas não estava. Botei embaixo do braço, joguei na camionete e lá fomos nós, iniciando uma brilhante carreira criminosa! Pois bem, em um mês ele estava lixado, colado, pintado como se fosse novinho em folha. Fotografei-o de vários ângulos - naquela época tinha que revelar e tal - as fotos ficaram muito boas. Escolhi a melhor e escrevi no verso: "Não se preocupem, estou bem! Ass. Serafim, o Anão do Jardim!". Coloquei num envelope e passei por baixo da porta da casa. Queria ter visto a carinha das velhas quando vissem a foto e a dedicatória! Acho que uns dois anos depois apareceu um comercial na tevê que era mais ou menos essa história. Alguns amigos que acompanharam nossa peripécia me falaram que se eu contasse eles não acreditariam, que eu estava copiando descaradamente o comercial e passando um trote neles.
Hoje, Serafim, feliz, ornamenta a piscina do sítio da Norma, lá em São Borja, vou postar uma foto dele agora pois, por burrice, não consegui anexar com este relato. Abracinhos, amigos!

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