terça-feira, 18 de junho de 2013

Muito frio, acho que vou comprar um lençol térmico. Sempre tive receio desse negócio, mas Maria Cristina tem um e tive a oportunidade de desfrutar das maravilhas do lençol. Me perguntei como pude ficar tantos invernos sem ele! Um amigo meu, muito pessimista, depois de eu elogiar a engenhoca, falou: "Mas e se tu te mijar durante o sono morre eletrocutado!". Nunca pensei nisso e continuo não pensando, ora bolas. Li não lembro onde, sobre uma situação tida como fato, que aconteceu numa aldeia lá pelos grotões do Piauí, tumultuada de uma hora pra outra pela descoberta de uma jazida de ouro ou coisa parecida. Apareceu gente de todo o tipo e lugar do Brasil. O comércio efervescia e, como não poderia faltar, inaugurou-se uma casa de tolerância, estabelecimento onde moças fazem favores por dinheiro. Em contraponto a esse antro de satanás, quase ao lado, surgiu um templo da Igreja Universal do Santo Graal. Até aí tudo bem, não fosse declarada e aberta campanha da igreja contra o bordel. Preces fervorosas e em altos brados, até altas horas, evocavam anjos justiceiros que transformassem em cinzas os hediondos pecadores e seu covil. O pastor chegou a queixar-se ao delegado e moveu uma ação para fechar o bordel, mas as tentativas foram frustrantes, e o cabaré continuou aberto a pleno vapor. Numa noite de feroz tempestade, São Pedro despejou raios e trovões incessantemente sobre a pequena e movimentada aldeia, até que, num átimo, caiu um raio sobre o bordel e ele virou cinzas. Pela graça divina, ou como queiram, nenhum dos assíduos pecadores se feriu. No outro dia, a dona do bordel que virou cinzas, entrou no fórum e acionou um processo contra o pastor e a Igreja do Santo Graal por danos materiais, sob alegação de que as orações dos fiéis foram as responsáveis pelo raio que desmaterializou o estabelecimento. Os crentes fiéis defendiam-se, dizendo que essa afirmação não poderia ser levada a sério, onde já se viu? Se todos os que orassem pra que seus desafetos fossem reduzidos a pó, tivessem suas preces atendidas, imagina o que seria da humanidade? Não lembro do desfecho, de qual foi a decisão do juiz, mas a situação foi incômoda pros fiéis, que precisaram renegar suas preces pra não ter que pagar o prejuízo. Sob outro ângulo, se eles assumissem que a responsabilidade da pulverização do cabaré foi resultado de suas preces, imaginem a credibilidade que ganharia a igreja diante da plebe, hein? Pois é, até nisso a grana fala mais alto. Agora vou ver The Walking Death, caríssimos irmãos, capítulos antigos. Pior que ler o jornal de anteontem. Ou aquela Playboy com a Brigitte Bardot na capa!

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