sábado, 29 de junho de 2013

Não que eu não goste de uma bela esculhambação, mas sinto saudades dos tangos dançados pelo lânguido par Bernardo Cabral e Zélia Cardoso de Mello, juro! Era de uma cafajestagem pura, romântica, como a provar que nos requintados e traiçoeiros salões dos palácios de Brasília, havia muito amor! A Maria da Conceição Tavares também, entre um cigarro e outro, tinha seus enroscos com alguma alma desprevenida, no clamor da carne nas frias madrugadas outonais. O ruim deveria ser acordar com aquela voz de corneta rouca e o bafo de cinzeiro. Havia, até, casais sofisticados que recorriam a surras de toalha molhada para apimentar seus prazeres. Ah, bons tempos da ingênua libertinagem, das despretensiosas e frugais orgias no happy-hour dos finais de tarde. Hoje tudo está mudado! Locupletação e prevaricação são as palavras de ordem! Velhos tempos dos bacanais com garçonetes de topless, servindo espumante francês. Pelo menos passavam mais tempo bêbados e atarefados e não roubavam tanto.

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