quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

FRANK & EINSTEIN
Tem dias em que não estamos na mesma sintonia do mundo, perceberam? Parece que as coisas não fluem redondinhas e dá a impressão de que estamos na penumbra de nossa casa, tropeçando nos móveis e chutando o urinol. 
Releio o que escrevo e vejo o Frankenstein dançando jazz, desajeitado, sem harmonia, cinzento.
Nesse engessamento criativo meus miolos mergulham no mar da surrealidade e me vejo no boteco do Barbudo, na Marcílio Dias, tomando um goró com o Frank Zappa e o Einstein, bolando teses abstratas sobre a relatividade desse calor infernal e o tempo que levarei pra chegar até a parada de ônibus, borracho. 
Não posso perder o ônibus, embora seja muito difícil perder um negócio daquele tamanho, mas tudo é possível quando o Frank começa a cantarolar Besame Mucho com o escabelado linguarudo Einstein batucando uma caixinha de rapé. Melhor parar por aqui, daqui a pouco vai chegar o Sampaulo com o Sofrenildo, aí ninguém me tirará daqui, só chamando a radiopatrulha e olhem lá! 
Puxa, se foram os tempos em que tínhamos medo da radiopatrulha, parece que foi ontem, Deus do céu! Tempos do sabão em pó Rinso, do DKW, da goma-arábica e da máquina de escrever Olivetti, que saudades, tigrada.
Pronto, já passou, pouso na realidade e me sinto um beduíno no meio do calor do Saara, lá no fundo, envolto numa nuvem de areia aproxima-se Sir Lawrence da Arábia! Não, não, peraí, acho que é o Sandokan e seus piratas, começou tudo de novo, se eu almoçar periga parar o surto, tomara!
Até já, pessoal!

Nenhum comentário:

Postar um comentário