sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

BORRALHO
Nunca vi ou ouvi essa palavra além da Gata Borralheira. Anos depois, já taludinho, aprendi que borralho e cinzas de fogão são a mesma coisa, o que me deixou mais à vontade pra cometer borralhices, mas continuei confundindo a Bela Adormecida com a Gata Borralheira e a Branca de Neve; todas com madrastas, príncipes, fadas, anões e um estranho sono profundo que, hoje, seria embaraçoso tentar explicar pra criançada motivo de tal torpor, só quebrado com um beijo selinho comportadinho de um galã que lembra um porteiro de hotel cinco estrelas. Ainda se fosse um beijo linguado tipo novela das oito, acho que a meninada aceitaria melhor, vá saber! 
Daí a palavra madrasta eternizou-se como sinônimo de perversidade e filhadaputice, já perceberam? Quando alguém fala "a minha madrasta", imagina-se aquela elegante e pérfida mulher, com a sobrancelha direita arqueada te olhando com arrogância e superioridade. 
Não sei como ainda não proibiram o uso da palavra "madrasta" por ela ser potencialmente destrutiva aos olhos do politicamente correto, é bom nem falar. 
Voltando às princesas, não consigo imaginar uma estria na Branca de Neve ou uma celulite na Bela Adormecida, tão palidamente belas e puramente sem graças. 
Estria e celulite me parecem tão imprescindíveis numa mulher quanto mãos bem cuidadas; me perdoem as magérrimas anoréxicas, mas moçoilas muito lipoperfeitas significam grandes malas, com papos que levam do nada a lugar nenhum. Pelo menos as que conheci, sem generalizar, claro. 
E viva os fofoafetivos, fãs daquela gordurinha ornamental que deixa as meninas mais naturais, sacaram, hereges? 
Bom dia pra todos e todas.

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